Governo não tem posição sobre sucessão na Câmara
O líder do governo na Câmara dos Deputados, Herinque Fontana (PT-RS), deu sinais de que o governo não vai agir favorável a uma das candidaturas dos partidos da base aliada à presidência da Casa. Com a desistência de Milton Monti (PR-SP), a base po
Publicado 18/12/2008 18:25
Em entrevista ao Vermelho, o líder disse que o governo não tem uma posição específica sobre a sucessão nas duas Casas. “Entendo, eu Henrique Fontana, que o melhor cenário é pelo equilíbrio de forças. E, assim por diante, do ponto de vista institucional é a eleição de Tião Viana (PT-AC) no Senado e Michel Temer na Câmara”, disse.
Ao comentar a recém candidatura de Aldo Rebelo e de outros aliados, Fontana afirmou que “isso é um fenômeno que tem que ser compreendido como natural dentro da democracia.”
“Sempre que possível é melhor aproximar as candidaturas e ter um único candidato, mas se não é possível a que se respeitar as decisões de diferentes partidos ou bloco dentro da base”, argumentou.
Ele explicou que as siglas da base têm uma unidade estratégica que é a sustentação do governo Lula. “Essa unidade, por óbvio, não obriga a todos estarem com a mesma posição em todos os assuntos.”
Sobre a aposta dos candidatos Aldo Rebelo e Ciro Nogueira de que deputados do PT e PMDB podem contrariar o acordo de cúpula e votar nas suas candidaturas, o líder foi taxativo: “Isso são previsões e hipóteses que não me cabe comentar. Eu, particularmente, acredito no encaminhamento institucional para a sucessão.”
Milton Monti sai do páreo
Em nota distribuída nesta quinta (18), o deputado Milton Monti explicou que desistiu da candidatura por causa da decisão do PR em apoiar Michel Temer em troca da Segunda Secretaria da Mesa.
Ele disse que já havia comunicado a Aldo e Ciro que sairia da disputa caso o PR decidisse fechar questão em torno de Temer. A saída de Monti deixa espaço aberto para o candidato peemedebista conquistar o apoio dos 44 deputados do partido.
O parlamentar havia formalizado um pacto com Aldo e Ciro de apoio mútuo no segundo turno. Com a desistência, o Bloco de Esquerda (PSB, PCdoB, PDT, PMN e PRB) mais o PP de Ciro contam agora com 116 votos. Para levar a disputa ao segundo turno, os candidatos precisam no mínimo conquistar 280 votos.
Pelos cálculos de Michel Temer, se todos os deputados seguirem a orientação dos partidos (PT, PMDB, PSDB, DEM e PPS) ele teria 301 votos, o suficiente para liquidar a fatura no primeiro turno.
De Brasília,
Iram Alfaia