Arte e antropologia são temas de curso gratuito oferecido no Theatro José de Alencar
O Grupo de Pesquisas em Artes Cênicas (UECE-TJA) está oferecendo um curso gratuito sobre os Fundamentos antropológicos da Arte: do Rito ao Espetáculo. Ministrado pelos professores Oswald Barroso (Doutor em Sociologia – UFC) e Paulo Ess (Doutorando em T
Publicado 12/01/2009 16:06 | Editado 04/03/2020 16:35
Com o objetivo de discutir os fundamentos antropológicos do fazer artístico na construção de uma percepção sensível e criativa, o curso busca mostrar a capacidade da arte em surpreender a poética da vida em suas mais diferentes formas. Pensar a arte a partir da antropologia, situando a percepção no tempo e no espaço, alicerçando-a numa cosmovisão abrangente e fundamentada.
Segundo os organizadores do curso, Arte e Antropologia têm no homem seu objeto comum. “Forma de expressão, comunicação, reflexão e revelação do ser humano, a arte tem sido, de modo crescente, objeto de estudo da antropologia, bem como, em muitos casos, se servido dela para aperfeiçoar sua prática”. Se a imaginação antropológica funcionar, cada vez mais as atividades do artista e do antropólogo se aproximarão. “Daí a motivação do curso ou ciclo de estudos: discutir a arte a partir do enfoque antropológico, recolocando o ser humano na natureza e no centro de suas preocupações”, defendem os professores.
Para Oswald Barroso, é equivocado afirmar que o teatro nasceu na Grécia. “Quando pintavam nas cavernas, quando dançavam nos rituais, quando imitavam através de suas flautas o barulho do vento e da chuva, os homens faziam arte, todos eles. Depois foi que a sociedade moderna separou as artes e separou a arte da vida”, diz. O professor afirma ainda que é baseado neste distanciamento que a sociedade impôs é que se dá a importância do estudo e da observação das artes tradicionais populares. “Queremos dar um olhar diferenciado aos artesanatos, culinárias, festas populares, romarias, folguedos (incluindo os reisados e bois, os dramas, os pastoris, as bandas cabaçais, os fandangos e marujadas, as danças de São Gonçalo, as capoeiras, os cocos), rituais religiosos e demais manifestações das culturas populares”, afirma.
Programa:
Módulo I : A COSMOVISÃO POPULAR
1ª. Aula – 13 de jan.: O mundo sub-atômico. As descobertas da física quântica para um novo conceito de matéria. Subjetividade e objetividade. A realidade que o homem percebe e nomeia. Debate a partir do DVD: Ponto de Mutação, baseado na obra de Fritjof Capra.
2ª. Aula – 14 de jan.: O Sentido da Vida: história das religiões. O mundo visto pela ótica de diferentes religiões. Monoteísmo e politeísmo. A retirada do homem da natureza. O misticismo oriental, particularmente o hinduísmo, o budismo e o taoismo. Debate a partir do DVD: História das Religiões.
3ª. Aula – 15 de jan.: A visão anímica do mundo. Mito e rito, ciência e magia. O nascimento da arte. Debates a partir do DVD: O poder do mito, baseado na obra de Joseph Campbell.
4ª. Aula – 16 de jan.: As Matrizes Culturais Brasileiras, indígenas, ibéricos e africanos. Debates a partir do DVD, O povo brasileiro, baseado na obra de Darcy Ribeiro.
5ª. Aula – 17 de jan.: O olhar estrangeiro sobre o Brasil. O cultura brasileira sob a ótica da antropologia e de uma cosmovisão anímica do universo. Debates a partir dos DVDs “O Olhar Estrangeiro” e “Fatumbi”.
Módulo II: A NATUREZA DA CRIAÇÃO ARTÍSTICA
1ª. Aula – 20 de jan.: História da arte, sua trajetória no tempo e no espaço, seus diversos ciclos. Debates a partir do DVD – História da Arte (brasileira e mundial): 4 volumes. São Paulo, Inteligência Editorial
2ª. Aula – 21 de jan: A festa popular: a vida cômica popular, o sagrado e o profano, rito e representação, riso comunitário. Debates a partir do DVD: Festas Populares, com roteiro de Oswald Barroso e edição de Rosemberg Cariry.
3ª. Aula – 22 de jan.: Ritos e folguedos, terreiros e romarias, os reisados, os pastoris e lapinhas, as danças de São Benedito e São Gonçalo, fandangos e marujadas, dramas, bandas cabaçais, o coco, o teatro de bonecos, o trabalho dos artesãos, cordel, cantoria e embolada , narrativas orais etc. Debates a partir dos DVDs. Mito, História e Profecia, dirigido por Oswald Barroso, e Natal Popular, dirigido por Rosemberg Cariry.
4ª. Aula – 23 de jan.: O ator brincante. O corpo e a máscara, a voz, o aprendizado, mudança e permanência, mestres e aprendizes, uma dramaturgia brincante. Debate a partir de uma exposição de fotografias sobre os reisados cearenses e a utilização das mais diferentes linguagens artísticas.
5ª. Aula – 24 de jan.: Releituras, referências e recriações. Da brincadeira ao espetáculo. Debates a partir do DVD sobre o espetáculo de rua do Grupo Peleja, de Campinas – São Paulo: Gaiola de Moscas, baseado em conto de Mia Couto.
Serviço:
Curso – Fundamentos Antropológicos da Arte: do Rito ao Espetáculo
Órgão Responsável: Grupo de Pesquisas em Artes Cênicas (UECE-TJA)
Ministrantes: Profs. Dr. Oswald Barroso (UECE) – Doutor em Sociologia – UFC) e Ms. Paulo Ess (CEFET) – Doutorando em Teoria, História e Prática do Teatro – Universidade de Alcalá de Henares, Espanha).
Carga Horária: 30 h / aula
Local: Theatro José de Alencar
Período: entre os dias 13 e 24 de Janeiro de 2009
Hora: das 18:30h às 21:30h
Público alvo: Artistas, estudantes universitários e intelectuais, de modo geral.
Forma de pagamento: Gratuita
De Fortaleza,
Carolina Campos