Coneb aponta os caminhos para a consolidação da Reforma Universitária

“Qual a universidade que queremos?”. Com essa indagação, a presidente da União Nacional dos Estudantes, Lúcia Stumpf, deu início oficialmente à 12ª edição do Conselho Nacional de Entidades de Base – Coneb. “No momento atual, um evento como o Coneb é de gr

A partir deste sábado (17/1), Salvador torna-se a capital dos estudantes, agregando jovens de todo o país que, durante os três dias do evento, irão debater sobre os rumos da educação no Brasil, com foco em torno do projeto da Reforma Universitária. “O Coneb vai escrever um novo capítulo na vida da UNE”, aposta Lúcia. “Vamos fazer com que a União Nacional dos Estudantes saia daqui unificada em torno deste projeto”, garante o presidente da União dos Estudantes da Bahia (UEB), Jeferson Conceição.


 


Foi aqui mesmo na capital baiana, há exatos 30 anos, o Congresso de Reconstrução da UNE que a colocou novamente na legalidade. “A Bahia, e especialmente Salvador, tem marca de grande presença na vida da entidade”, pontuou a sua presidente. E a julgar pela adesão dos estudantes, a 12ª edição do Coneb deve tornar-se mais um marco na história do movimento estudantil. O Instituto ICEIA, sede dos debates, conferências, oficinas e painéis, recebeu, somente na tarde de sábado, cerca de 5 mil estudantes. Segundo dados da organização, o número de inscritos já atingiu a marca dos 4 mil, afora as caravanas que ainda não tinha conseguido efetivar o credenciamento. “Somente de São Paulo, vieram 18 ônibus, sendo que só estavam previstos sete”, confirmou Juci Santana, integrante da comissão organizadora.


 


Conferências


A universidade no centro do desenvolvimento da América Latina e do Brasil, e o papel do estado no desenvolvimento da nação diante da crise financeira nortearam as conferências no primeiro dia de atividades. “A participação dos estudantes na vida pública do Brasil foi fundamental para a consolidação da democracia e, diante do atual momento, é importante não deixar que a crise interfira no processo de avanço para preservar as conquistas do governo na área da educação”, ressaltou Dulci. “O movimento estudantil sempre teve papel de vanguarda e, nesse momento de crise internacional, reforça a sua contribuição na implementação de mudanças que contribuem para melhorar a qualidade de vida das pessoas, e não só da educação”, reforça o deputado estadual do PCdoB, Álvaro Gomes.


 


Os caminhos para a democratização da universidade brasileira; a busca por autonomia financeira e acadêmica; políticas de permanência, financiamento e assistência estudantil; ensino profissional e tecnológico; desenvolvimento, ciência e tecnologia dão o tom das discussões no domingo (18/1). A plenária final de encerramento acontece nesta segunda-feira, no ginásio de esportes de Lauro de Freitas, seguida por ato de lançamento da Jornada de Lutas da UNE/UBES de março de 2009.


 


A partir de terça (20/1), os estudantes retornam ao centro das discussões durante os cinco dias da Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE, que reforça os debates sobre educação e juventude. “Devemos ter mais esperança no Brasil, porque temos uma juventude ativa, organizada e participante, demonstrando interesse de ser agente de um novo projeto para o país”, arrematou o deputado federal do PCdoB, Daniel Almeida.


 


De Salvador,


Camila Jasmin