Bienal: UNE cobra avanço nas políticas públicas de Juventude
Nem só de arte e cultura vive a 6ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), que acontece em Salvador até o domingo (25). Na tarde desta quarta-feira (21), começaram os debates políticos com a abordagem de temas de extrema relevância, como políticas
Publicado 22/01/2009 17:36
Uma das discussões mais concorridas foi a que tratou de políticas públicas para a juventude, que lotou o Espaço Mestre Pastinha, no Passeio Público. O debate é parte do 3º Diálogo Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis, que terá continuidade nesta quinta-feira (22).
A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, abriu o evento, lembrando da importância de espaços como o da Bienal para aprimorar a discussão em torno da construção e efetivação de políticas públicas voltadas para a juventude no Brasil. “Tenho certeza de que o debate aqui será rico em idéias sobre um tema tão relevante para nós. Agradeço aos palestrantes e ao público por participarem desta discussão”, afirmou Lúcia.
Para o presidente da União da Juventude Socialista (UJS), Marcelo Gavião, a questão das políticas públicas deve está atrelado à realidade dos jovens. ''Vivemos em uma sociedade capitalista, onde somos ensinados a pensar apenas no nosso bem estar, sem preocupação com o outro. Precisamos mostrar que esta postura está errada, pois não é possível criar políticas públicas que resolvam apenas os problemas individuais. Elas precisam ser pensadas para o bem estar coletivo”, declarou.
Marcelo lembrou também dos avanços conquistados durante o governo Lula, como a criação do Conselho Nacional da Juventude. “O exemplo federal estimulou a criação de conselhos estaduais e municipais, mas nós queremos muito mais. Queremos o governo federal dê exemplo também na criação e efetivação de políticas públicas para a juventude. Quem sabe assim, elas também serão copiadas pelos estados e municípios”.
Efetivação de PPJs
A efetivação das políticas já existentes foi apontada como maior desafio pela deputada federal Manuela D’Ávila. “O grande mérito das PPJ do governo Lula foi a participação de representantes da juventude na sua formulação, mas ainda temos muitos desafios. O primeiro é a construção de um sistema nacional da juventude, que passa pela construção de um plano, com recursos e metas estabelecidas. Não podemos nos contentar com projetos pontuais, precisamos de políticas de Estado e não apenas de governo”, disse Manuela.
Para a deputada federal, o outro grande desafio é a reformulação do ensino básico e universitário no país. “Precisamos deixar os jovens mais tempo na escola, sem tanta preocupação com o emprego. Para isso, será necessário criar muitos Pró-jovens e Prounis. Isto parece difícil, mas é a melhor saída para a exclusão social que atinge milhões de jovens pelo país. Nós devemos assumir o compromisso com a educação”, concluiu.
A importância da educação também foi abordada pelo secretário nacional de juventude do governo federal, Beto Cury. “Temos 9 milhões de jovens fora da escola. O governo Lula está trabalhando para ampliar as vagas no ensino superior, mas é preciso avançar também na educação básica. Basta lembrar que, sem estudo, o jovem também fica sem emprego e sem direito a um futuro. Precisamos lutar pela criação de um fundo direcionado para projetos e políticas para a juventude, que esteja acima de governos. Só com políticas de Estado, o Brasil poderá saldar a imensa dívida que tem com os jovens”, declarou Cury.
A Bienal da UNE prossegue nesta quinta-feira com uma vasta programação de debates e apresentação de projetos artísticos de estudantes, entre vídeos, fotografias, instalações, peças de teatro, bandas de música e obras literárias.
De Salvador,
Eliane Costa