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Obama pede a suspensão de julgamentos de Guantánamo

O novo governo de Barack Obama, empossado nesta terça-feira (20) presidente dos Estados Unidos, pediu no mesmo dia que todas as agências e departamentos federais interrompam qualquer processo de regulamentação até que sejam feitas revisões. Além disso, ta

O pedido sobre os julgamentos militares em Guantánamo foi feito por Obama e por seu secretário de Defesa, Robert Gates, e deverá ser analisado por juízes militares ainda nesta quarta-feira. A solicitação foi feita horas antes do início das audiências de cinco acusados de terem ligações com os atentados contra os Estados Unidos de 11 de setembro de 2001.



No documento de duas páginas enviado por Obama e Gates sobre Guantánamo, o governo afirma que os ''interesses da justiça'' serão contemplados com a imediata suspensão dos julgamentos. Foi solicitado um adiamento de 120 dias nas audiências.



Sobre a suspensão de regulações pendentes, a Casa Branca divulgou em comunicado que dizia: ''Nesta tarde, o chefe-de-gabinete da Casa Branca, Rahm Emanuel, assinou um memorando enviado a todas as agências e departamentos pedindo que interrompam todas as regulamentações pendentes até que uma revisão legal e de diretrizes possa ser conduzida pelo governo Obama''.



A revisão é uma ferramenta comumente usada por uma nova administração para atrasar as chamadas regulações tomadas na calada da noite, chamas nos EUA de ''regulações da meia-noite'', por ex-presidentes entre a eleição e o dia da posse.



Essas regulações têm sido amplamente usadas por ex-presidentes recentes, incluindo o democrata Bill Clinton, o republicano George H. W. Bush e, mais recentemente, seu filho George W. Bush.



Regras tardias e controversas formuladas pelo agora ex-presidente Bush incluem a permissão para o porte de armas escondidas em alguns parques nacionais e a retenção de verbas para instituições de saúde que discriminem médicos e enfermeiras que se recusem a trabalhar em abortos ou na distribuição de anticoncepcionais com base em credo religioso.



A lei federal exige um período de 60 dias até que qualquer importante mudança regulatória entre em vigor, de modo que alguns presidentes tentam publicar o maior número de regulamentações possíveis para assegurar que elas já estejam valendo antes da posse do novo presidente, em 20 de janeiro.



Encontro com militares



Obama se reunirá nesta quarta-feira (dia 21) com os comandantes militares e sua equipe de segurança nacional, informaram funcionários democratas.



Entre os convocados para a reunião estão o secretário de Defesa, Robert Gates, e o chefe do Estado-Maior, o almirante Mike Mullen, além do comandante do Comando Central, o general David Petraeus.



Também participarão do encontro, mas por video-conferência, o general Ray Odierno, a cargo das tropas no Iraque, e o general David McKiernan, responsável pelas forças norte-americanas no Afeganistão.



No último domingo, o assessor político de Obama, David Axelrod, havia dito que o novo presidente deve pedir aos comandantes militares um plano para a retirada das tropas do Iraque e anunciar reforços no Afeganistão.



Durante sua campanha eleitoral, Obama defendeu o retorno dos militares norte-americanos no Iraque em 16 meses. Em seu discurso de posse, ele voltou a prometer que, durante seu mandato, os soldados começarão deixar o país árabe, mas ''de maneira responsável''.



O novo presidente também havia prometido dar mais atenção à guerra no Afeganistão, onde os comandantes pedem reforços ante o ressurgimento do movimento talibã, sobretudo no sul do país.



Fonte: Uol