Governo recebe a Conlutas e promete agir contra demissões
Os ministros Carlos Lupi, do Trabalho, e Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência, receberam dirigentes da Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas, ligada ao PSTU) para discutir a crise econômica e as demissões que vêm ocorrendo no país em decorrênc
Publicado 22/01/2009 14:13
A Conlutas foi representada pelos dirigentes do setor metalúrgico Luiz Carlos Prates e Zé Maria, e do setor da mineração, Paulo Soares e Sebastião Deiró. A entidade reivindicou ao governo que adote medidas imediatas para proteger o trabalhador, seu emprego, o salário e os direitos.
Foram destacadas a situação da Vale do Rio Doce, da General Motors, da Embraer e do setor do Gusa e siderúrgico de Minas Gerais, que vêm sofrendo demissões e ataques patronal por conta da crise. Segundo Zé Maria, os ministros disseram que o governo está preocupado com as demissões e considera injustificável a dimensão que as empresas estão dando aos problemas que enfrentam, em particular no caso da Vale e das montadoras de veículos.
Na opinião dos ministros — que receberam um documento com as propostas da Conlutas —, nada justifica demissões em tais empresas, pelo menos neste momento. “O ministro Luis Dulci, ressalvando que não concorda com as avaliações expressas no documento apresentado pela Conlutas, se comprometeu a levar as propostas nele contidas à análise do Conselho Político do Governo”, relatou Zé Maria.
Ao final da audiência, a Conlutas cobrou dos ministros do Trabalho e do Emprego uma solução para a regularização do registro do Andes. Além disso, cobrou sua participação no Grupo de Trabalho do Ministério que está discutindo organização sindical no setor público. O pedido foi aceito e a participação da Conlutas deverá ser encaminhada pelo secretário de Relações do Trabalho.
Leia abaixo as sete propostas da Conlutas entregues ao governo Lula.
1 – Que o governo edite, de imediato, uma Medida Provisória garantindo estabilidade no emprego, proibindo as demissões sem justa causa, por um período de 2 anos;
2 – Que seja tomada, de imediato, medida para reduzir a jornada de trabalho para 36 hs semanais, sem redução de salários e de direitos;
3 – Que o governo interceda junto à Vale, utilizando os instrumentos previstos no contrato de privatização, para impedir as demissões. Caso a Vale insista em fazer as demissões que ameaça, que o governo retome o controle acionário da companhia, reestatizando-a;
4 – Medida igual a essa (tomar o controle acionário, estatizando a empresa) deve ser adotada pelo governo em relação a todas as empresas que demitirem em massa;
5 – Que seja estendido o pagamento do seguro desemprego para dois anos;
6 – Que sejam honrados todos os acordos feitos pelo governo federal com o funcionalismo público, e que sejam mantidos os planos de investimentos nas políticas públicas que atendem as necessidades da população;
7 – Por último, acreditamos tratar-se de um erro grave socorrer bancos e grandes empresas com recursos públicos. Estes recursos deveriam ser investidos em políticas públicas para atender as necessidades da população.
Da Redação, com informações do site da Conlutas