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Bolívia: Evo chama governadores para diálogo sobre autonomia

O presidente da Bolívia, Evo Morales, convocou os governadores de oposição para tratar da autonomia dos departamentos (estados) criada pela nova Constituição boliviana, que foi aprovada em referendo no último domingo.

O anúncio foi feito na noite dessa terça-feira, após o governo ter analisado, junto a dirigentes sociais e de seu partido, o novo cenário político no país e as formas de garantir a aplicação da nova Constituição, aprovada em referendo realizado no último domingo.



O presidente pediu ao Congresso para que “trabalhem juntos” pela aprovação das leis necessárias para reestruturar o sistema político-administrativo do Estado, agora baseado nas novas normas constitucionais. “Espero que possamos trabalhar com os governadores para colocar em prática a autonomia departamental”, disse Morales, demonstrando sua disponibilidade ao diálogo, mas deixando claro que não negociará pactos para “revisar ou modificar a Constituição, porque a decisão soberana do povo deve ser respeitada”.



Oposição dificulta diálogo



Logo após os primeiros resultados do referendo constitucional, governadores e dirigentes cívicos de Santa Cruz, Tarija e Beni, departamentos que rejeitaram a proposta presidencial, haviam pedido um “pacto nacional” para a aplicação prática da Constituição.



A oposição argumentou que sem esse pacto não haveria unidade no país, o que impossibilitaria a aplicação da nova Carta Magna. Em todos os departamentos da região leste e sul, próximos à Amazônia, o “não” foi escolhido por pelo menos 40% da população, enquanto no Altiplano, região oeste do país e reduto eleitoral de Morales, a proposta foi aceita pela maior parte dos bolivianos.



Savina Cuéllar, governadora do departamento opositor de Chuquisaca, afirmou antes da convocação presidencial que não acatará a nova Constituição e que não comparecerá a nenhuma reunião.



Apuração



Até as 14h desta quarta-feira (28), o Conselho Nacional Eleitoral boliviano havia finalizado a apuração de 94,5% dos votos do referendo. Desse total, 61,85% optaram pelo apoio à nova Carta, contra 38,15% contrários a ela.



Da redação, com informações da Ansa Latina