Colômbia discute apelo de Alan Jara para que Uribe negocie
A Colômbia está sob o impacto das explosivas declarações feitas nesta terça-feira (3) por Alan Jara, político libertado pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) após sete anos preso. Jara pediu com insistência ao presidente Álvaro Uribe que
Publicado 04/02/2009 14:56
Com o resgate de Alan Jara, a missão humanitária encabeçada pela senadora Piedad Córdoba, com apoio da Cruz Vermelha Internacional, cumpriu exitosa e rapidamente a segunda etapa das libertações.
Falta ainda a entrega, na quinta-feira (5) em algum ponto do ocidente do país, do ex-deputado de Valle del Cauca Sigifredo López. Com ela, conclui-se a rodada de seis libertações e firma-se um ponto de partida para novas gestões do comitê de Piedad, Colombianos pela Paz, em busca de mais resgates.
As imagens da chegada de Jara a Villavicencio (90 km ao sul de Bogotá) e o emocionante encontro com seus familiares cederam lugar, surpreendendo jornalistas e o público em geral, para a coletiva onde o ex-prisioneiro fez seu apelo a Uribe.
Jara disse ter percebido, durante seu cativeiro de mais de sete anos, que Uribe parece mais inclinado à violência que à busca da paz na Colômbia pela via das negociações. Avaliou também que, se a atual política de Segurança Democrática é tão exitosa como se diz, concluir um acordo humanitário não pode abalá-la.
A imprensa colombiana considerou as declarações polêmicas e controvertidas. Jara não só fez fortes questionamentos ao presidente; também assegurou que “as Farc estão longe de ser derrotadas, certamente”.
O ex-prisioneiro disse desconhecer qual a percepção que existe no país a esse respeito. Mas avançou que sua apreciação está longe do que dizem os principais porta-vozes do governo, para os quais a guerrilha está encurralada.
Jara testemunhou que os integrantes da guerrilha são numerosos e jovens,concluindo que as injustiças e desigualdades existentes na Colômbia são a causa da existência das Farc e do conflito armado. Anunciou também a sua imediata incorporação ao comitê Colombianos pela Paz, para contribuir com a libertação dos demais detidos e a busca do fim do conflito.
Fonte: Prensa Latina (http://www.prensa-latina.cu)