DRT declara turno de oito horas ilegal na CSN
A tentativa da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de retornar com o turno de oito horas está sendo acompanhada pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT). A primeira reunião entre sindicato e CSN aconteceu no dia 2. De acordo com representantes do sindic
Publicado 04/02/2009 20:00 | Editado 04/03/2020 17:05
O assunto se tornou tema do encontro entre as partes, depois de informações sobre a prática do turno de oito horas em alguns setores da CSN, e não mais o de seis horas. Com base no fato, o Sindicato procurou a DRT e uma mesa-redonda foi marcada.
“O entendimento é que o turno implantado é ilegal. A empresa fez uma mudança unilateral, sem comunicar nada a entidade”, declarou o presidente do Sindicato, Renato Soares. No encontro do dia 12, vamos verificar se ocorreu alguma mudança na empresa com relação a este assunto”, contou.
Segundo Renato, o sindicato está “dando prazo até o dia 12 para a empresa modificar o turno. É uma empresa que não tem transparência e está cometendo uma arbitrariedade, fazendo uma tabela contra a lei”.
O advogado do sindicato, João Campanário, explicou que foi informado que o setor de laminação é o único a utilizar o turno de oito horas, mas ressaltou que o Sindicato irá apurar a informação. “A CSN sequer comunicou sobre essa mudança. Ela não é confiável. Vamos analisar onde foi implantando esse turno e exigir o pagamento de duas horas extras por dia a cada trabalhador. Ela já é devedora de horas”, disse, contando que foi informado que no setor de laminação esse turno começou a ser implantado no dia 29 de fevereiro.
O advogado garantiu que a entidade continuará lutando pelo cumprimento dos direitos dos trabalhadores. “A CSN está pensando que vivemos nos tempos dos senhores feudais onde sua determinação é lei. Não abrimos mão de direito nenhum. O TST está inclusive decidindo anular alguns acordos que flexibilizam os direitos da categoria”, finalizou.
Reunião
Nesta sexta-feira (6), o Sindicato e a CSN estarão reunidos com o ministro do Trabalho Carlos Lupi, no Rio de Janeiro. Na pauta, o fim das demissões da empresa. Para Lupi, as demissões agravam ainda mais o problema da crise econômica: “a empresa está agravando o problema porque, com menos trabalhador, menos salário, menos dinheiro circulando, menor número de pessoas comprando, isso diminui o lucro da empresa. Se ela mantiver o emprego, mantém o poder aquisitivo. É uma questão de racionalidade''.