O FSM passou mas ficou a idéia de que o Brasil pede um país socialista
Passado o Fórum Social Mundial (FSM) 2009 e o retorno da delegação amazonense ao Estado, jovens contam a experiência no Acampamento Intercontinental da Juventude, espaço suplementar do
Publicado 04/02/2009 21:13 | Editado 04/03/2020 16:12
Localizado nas dependências da Universidade Rural da Amazônia (UFRA), o acampamento não só serviu de abrigo para milhares de jovens de todo mundo como também recebeu importantes debates, seminários e painéis que enriqueceram a programação do FSM. Diversas organizações montaram grandes tendas e elaboraram suas programações. Dessa forma, os estudantes apresentaram a sua, que foi organizada pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), grupos de hip hop montaram outra, o movimento negro também e assim por diante.
Mas, para quem esteve “hospedado” no acampamento, o que ficou marcado foram outras coisas. Alojado do início ao final do evento neste ambiente, o dirigente da União da Juventude Socialista (UJS) de Manacapuru, Natanael Gomes, 22, retornou surpreso com o ambiente. “Ali vi um Brasil que eu não conhecia. Já tinha participado de atividades em que a bandeira do socialismo foi levantada. Mas no Fórum senti que o Brasil pede um país socialista”, destaca. “A galera grita por isso”, completa.
Em relação às acomodações, Natanael faz sua observação acerca do espaço onde sua organização ficou. “O acampamento da UJS era melhor do que os outros. A questão da segurança e da alimentação foram legais. O único problema que eu tive foi com formiga”, afirma. “E tem também o barulho. Tinha uma turma que não dormia”, diz ao lembrar da confraternização diária de parte dos militantes.
Já quem participou da primeira atividade fora do seu Estado natal acrescenta outros detalhes. “Em alguns dias me deu vontade de voltar para casa antes do final. É meio desconfortável, a nossa comida era sempre repetida e chovia todos os dias”, acrescenta a jovem dirigente do grêmio estudantil do Instituto de Educação do Amazonas (IEA), Glenda Souza, 17. No entanto, não esconde a alegria da oportunidade ímpar proporcionada pelo FSM. “Conheci pessoas novas, novas culturas. E todos participavam das atividades juntos. Uma união muito legal”, afirma.
Muitos gostaram tantos que já especulam a participação no evento seguinte. “Já ouvi dizer que o próximo vai ser na Argentina. Se for mesmo, vou começar uma poupança para daqui a dois anos eu não ficar de fora”, falava um jovem no aeroporto, com as bagagens nas mãos e recebendo os cumprimentos de familiares.
De Manaus,
Anderson Bahia