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Rússia e EUA podem negociar redução de armas nucleares

De acordo com declarações feitas nesta quarta-feira (4) pelo porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Robert Wood, Washington espera sentar à mesa de negociações em um futuro próximo com Moscou para discutir uma redução no número de armas nucleares

Wood afirmou que o atual governo americano está comprometido a reduzir o número de armas nucleares, agregando que será necessário abrir negociações com a Rússia a fim de acelerar o plano, já que o Tratado Estratégico de Redução de Armas (START-1) expira em dezembro deste ano.



Citando fontes em Washington, o jornal britânico The Times disse nesta quarta-feira (4) que a administração americana deseja reduzir o número de ogivas nucleares de ambos os lados para 1.000 unidades cada, o que significaria uma redução de 80% no atual arsenal nuclear.



Autoridades do governo russo afirmaram nesta quarta-feira que Moscou ainda não havia recebido qualquer proposta oficial de Washington sobre a redução simultânea no arsenal nuclear de ambos os países. Entretanto, elogiaram os planos da administração Obama sobre a realização de um novo corte de ogivas no Tratado de Armas Estratégicas.



O START-1 limita para cada país o número de 6.000 ogivas estratégicas ou de longo alcance, limitando também o número de veículos vetores, como bombardeiros, silos lança-mísseis ou submarinos lança-mísseis, a 1.600 cada país.



O tema central da iniciativa é a revisão do plano, feito pela administração do ex-presidente George W. Bush, para criar um “escudo de defesa” antimísseis americano no território de dois países — Polônia e República Tcheca — no Leste Europeu.



De acordo com o The Times, Obama irá criar um Departamento de Não-proliferação de Armas, que terá o papel de supervisionar o acordo e que será chefiado por Gary Samore, negociador durante o governo de Bill Clinton. Posteriormente, as negociações serão transferidas para a tutela do Departamento de Estado, administrado por Hillary Clinton.



“Obama ainda não tomou uma decisão final sobre o escudo de defesa. Mas simplesmente adiar o envio de mísseis para a Polônia e da estação de radares para a República Checa, o que, se tivesse sido feito, custaria cerca de US$ 4 bilhões anuais aos Estados Unidos, removerá o que foi o maior impedimento para a cooperação russa na redução de armamentos”, afirmou o jornal londrino.



Segundo o The Times, qualquer acordo “coloca pressão sobre o Reino Unido”, que possui 160 ogivas, como também sobre outras potências nucleares, “para reduzir seus armamentos”.



A Rússia saudou a oferta de negociação de um novo tratado de desarmamento nuclear do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.



“Damos as boas-vindas às declarações da nova administração de Obama de que está preparada para iniciar o diálogo e concluí-lo este ano para a assinatura de um novo tratado entre Rússia e Estados Unidos sobre a limitação de armas ofensivas estratégicas”, revelou nesta quarta-feira o vice-primeiro-ministro russo, Serguei Ivanov.



Ivanov declarou ainda que seu país está disposto a agir como mediador entre Estados Unidos e Irã, dois países que romperam relações diplomáticas em 1980.



“Se alguém nos pedir ajuda para estabelecer um diálogo direto (entre Washington e Teerã), estamos dispostos a contribuir para que esse diálogo comece”, garantiu, avaliando que essas negociações “podem resolver questões recorrentes sobre o programa nuclear iraniano”.