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Eutanásia: clínica repudia insinuações de ministro italiano

A clínica La Quiete, de Udine, onde está internada Eluana Englaro, anunciou ter autorizado os voluntários médicos a acompanharem a italiana, que está em estado vegetativo há 17 anos.

Pouco antes, o ministro da Saúde italiano, Maurizio Sacconi, havia declarado que a hospitalização de Eluana estaria “em situação irregular”, alegando que a estrutura da La Quiete não é idônea, “já que é uma casa de repouso e não uma estrutura hospitalar”.



Em resposta, a presidente da clínica, Ines Domenicali, explicou que a entidade funciona “com regular permissão sanitária”, do órgão de Serviço Sanitário Nacional, “tal como prevêem as normas regionais”.



Também enfatizou “ter autorizado com um documento, para que os voluntários médicos e enfermeiros da associação 'Per Eluana'” pudessem prestar seus serviços gratuitamente.



Segundo Ines, “os policiais [que ontem inspecionaram a clínica] consideraram irregular que a senhora Englaro seja assistida por pessoas externas à estrutura e questionaram maiores declarações por parte das entidades competentes”.



Por este motivo, “a presidência prima pela correção global de toda a operação e a regularidade dos procedimentos e confirma a máxima disponibilidade, com a certeza de que os demais órgãos competentes farão o mesmo”.



Por sua parte, o premier italiano, Silvio Berlusconi voltou a insistir na continuidade da vida vegetativa de Eluana, alegando que “sem uma lei, ela estará condenada à morte”.



O primeiro-ministro defendeu seu decreto de lei, que proíbe a suspensão da alimentação artificial a pacientes não autônomos, e pediu o retardamento do processo de redução alimentar de Eluana, “para que o Parlamento possa aprovar a lei”, enfatizou.



Ontem, a equipe médica que assiste Eluana, que está em estado vegetativo desde o acidente que sofreu em 1992, anunciou ter acelerado o processo de redução alimentar, com a interrupção total de sua alimentação e hidratação.



O pai e tutor da italiana, Beppino Englaro, obteve em novembro passado o direito judicial ao desligamento dos aparelhos que mantem sua filha em estado vegetativo.