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Indústria musical lamenta crise na entrega dos Grammys

Roqueiros, rappers e executivos de gravadoras vão se reunir em Los Angeles, no domingo, para a festa anual dos prêmios Grammy, mas a indústria músical não tem muito a comemorar.

As vendas de discos despencaram na última década, a audiência do evento no ano passado foi uma das piores de todos os tempos e agora uma recessão aumenta as demissões nas grandes gravadoras.



Os principais concorrentes são o rapper Lil Waybe, com oito indicações, e a banda de rock britânica Coldplay, com sete. O maior prêmio é o de disco do ano, mas a indústria ultimamente é movida a downloads de canções individuais, ringtones e ringbacks.



“A comemoração do Grammy é um pouco irônica, porque o modelo tradicional do negócio que sempre celebrou está acabando. Seria bom que se adaptasse aos tempos modernos”, disse Steve Knopper, autor do livro “Appetite for Self-Destruction: The Spectacular Crash of the Record Industry in the Digital Age (Apetite pela auto-destruição: o espetacular fiasco da indústria musical na era digital)”.



Knopper e outros acreditam que os responsáveis pela transmissão precisam encontrar novas formas de alcançar os fãs que há tempos deixaram de lado a indústria musical convencional e eventos como o Grammy.



” A comemoração do Grammy é um pouco irônica, porque o modelo tradicional do negócio que sempre celebrou está acabando. Seria bom que se adaptasse aos tempos modernos “



O Grammy do ano passado teve 17,5 milhões de telespectadores, 12 por cento a menos que o ano anterior e 42 por cento a menos que sua melhor marca, 30 milhões em 1993.



“Se o Grammy continuar na linha 'vendemos pedaços de plástico redondos e brilhantes', vai assistir ao esgotamento desse modelo, como o resto da indústria”, disse Knopper.



A recessão é só o golpe mais recente na indústria, que dispensou milhares de trabalhadores e cortou artistas nestes anos de perdas, trazidas por uma mudança mais rápida do que o previsto para a distribuição digital. Como o negócio que comemora, o Grammy também luta com um público declinante.



“O Grammy precisa inovar, especialmente com a decadência do disco. Precisa renovar as categorias para continuar a fazer parte deste cenário inconstante”, disse o advogado especializado em entretenimento Kenneth Freundlich.



Até a EMI, responsável por um dos indicados a álbum do ano, “Viva La Vida or Death and All His Friends”, do Coldplay, que vendeu mais de sete milhões de cópias no mundo todo, acredita que os álbuns estão se tornando menos relevantes em alguns casos.



“Estamos mudando o esquema de ciclos de álbuns com alguns artistas. O disco não é necessariamente o mecanismo mais importante para alguns deles se conectarem com os fãs de forma prolongada”, disse Nick Gatfield, presidente da área de artistas e repertórios do selo para o Reino Unido e a América do Norte.



O álbum do ano é somente uma das 110 categorias, com prêmios para gêneros como country, pop, reggae, bluegrass, polka, blues e disco falado.



Como sempre, a transmissão terá muitas apresentações. Entres os artistas esperados estão todos os indicados ao disco do ano, além dos novatos Adele e Jonas Brothers e os veteranos Paul McCartney e U2.