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PT e PMDB não conseguem entrar em lua-de-mel

A semana começa em Brasília com um clima nada amistoso entre os principais protagonistas das eleições para as presidências da Câmara e do Senado, PT e PMDB. Na expectativa de continuar com o cargo de líder do governo no Congresso Nacional, atualmente e

''O PMDB já tem os presidentes do Senado e da Câmara, seis ministérios, a liderança do governo no Senado e no Congresso. Falta o quê, agora?'', questionou a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) em matéria publicada nesta segunda (9) no Estado de S.Paulo.


 


Segundo a reportagem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria pedido aos líderes para maneirar na animosidade. As divergências preocupam o presidente que deseja ver as duas siglas no mesmo palanque em 2010.


 


O mal-estar chegou ao Palácio do Planalto. O senador Tião Viana (AC), candidato do PT derrotado por José Sarney (PMDB-AP), evita atender aos telefonemas do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Os senadores petistas acreditam que Múcio, filiado do PTB, agiu a favor do PMDB.


 


''Existem feridas de campanha que envolvem pessoas inteligentes e o tempo vai ajudar a curar'', afirmou Múcio. ''Vamos deixar a emoção passar para ver onde a luz amarela está piscando.”


 


‘PMDB estará dividido em 2010’


 


Mesmo assim, a senadora Ideli Salvatti manda um recado para o Palácio do Planalto. Ela aposta que o grupo do PMDB, liderado por Sarney e Renan Calheiros (AL) e, o outro, por Michel Tmer (SP) não resolverão suas diferenças até 2010. Os dois lutam pelo comando da sigla que terá papel fundamental nas eleições presidenciais.


 


''Se tem alguém acreditando que o PMDB estará unido, pode tirar o cavalinho da chuva. Eles vão continuar do mesmo jeito, com um pezinho em cada canoa'', diz a senadora ao jornal paulista, referindo-se ao PMDB liderado por Temer que estaria mais próximo do governador tucano de São Paulo, José Serra, enquanto o de Sarney e Renan flerta de olho numa eventual candidatura a vice de Dilma Rousseff (PT), chefe da Casa Civil.


 


Ao contrário do que pensa a senadora, o novo líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), diz que o namoro com o PMDB é sério. Ele cita o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira, e Michel Temer, como potenciais candidatos a vice numa chapa encabeçada pela ministra Dilma em 2010.


 


“Que eu saiba somente duas pessoas no PMDB são contra a aliança com o PT, os ex-governadores Oreste Quércia (SP) e Jarbas Vasconcelos (PE). Eles não representam a maioria. Hoje as forças pró-Serra são menores.”


 


O líder não acredita nem na possibilidade do PMDB lançar candidato próprio com a vinda para o partido do governador mineiro Aécio Neves (PSDB). “A saída dele vai provocar um racha no PSDB”, disse, avaliando que as chances eleitorais do partido ficariam reduzidas.


 


Em longa entrevista nesta segunda ao jornal Folha de S.Paulo, Michel Temer, decepciona o líder petista. Segundo ele, todas as hipóteses são prováveis. Ou seja, o PMDB pode apoiar a ministra Dilma, o candidato do PSDB ou até mesmo lançar candidatura própria. “O PMDB vai decidir coletivamente no momento próprio”, avisou.


 


De Brasília,


Iram Alfaia