Rússia destaca o papel dissuasivo de armas nucleares
A arma nuclear age como o principal fator de dissuasão e deve desenvolver-se como tal'', afirmou nesta segunda-feira (9) em Moscou o chefe do Estado Maior e General das Forças Armadas russas, o general de exército Nikolai Makárov.
Publicado 09/02/2009 15:13
Ao referir-se aos pilares defensivos da Federação Russa, Makárov qualificou o arsenal deste tipo de meios como o principal fator que protege o país contra uma eventual agressão.
''No que concerne às forças nucleares, podem surgir ameaças apenas previsíveis mediante a advertência do emprego deste recurso defensivo'', agregou.
Sobre a base de tais premissas, Makárov advertiu para um aumento da importância das tropas nucleares.
O oficial destacou para a mídia que no diálogo Rússia-Otan existem temas chaves, que não podem ser perdidos de vista.
Referiu-se a esse respeito a instalação do escudo antimísseis dos Estados Unidos na Europa, a limitação das armas convencionais nesta região e a assinatura de um novo Acordo de Redução de Armas Estratégicas Ofensivas.
''As ameaças para a segurança da Rússia não diminuiram, embora algumas tenham diminuído, outras surgiram em seu lugar'', advertiu.
O ponto de vista de Makarov coincide com discursos recentes do vice-presidente do governo, Serguei Ivanov, na 45.ª Reunião Internacional de Segurança, realizada no último fim de semana em Munique, Alemanha.
Nesso foro, Ivanov insistiu na necessidade de resolver essas três limitantes para avançar, após a oferta do presidente dos EUA, Barack Obama, de reduzir as ogivas nucleares de ambas as partes em 80 por cento.
''O sistema de defesa anti-mísseis (DAM) que Washington projeta instalar na Polônia e na República Tcheca tem por objetivo neutralizar o potencial atômico russo'', denunciou Ivanov em Munique.
As mil ogivas que restariam para a Rússia, se aceitar essa proposta, não seriam suficientes para vencer a DAM dos EUA, advertiu, por sua vez, o embaixador de Moscou perante a Otan, Dmitri Rogozin.
''É impossível propor reduzir as cabeças nucleares e ao mesmo tempo instalar próximo das fronteiras russas sistemas capazes de eliminar essas ogivas, explicou o diplomata.