Projeto de Lei do Senador Inácio Arruda institui a Semana de Combate à Leishmaniose

O projeto sugere que a data seja celebrada anualmente na semana que incluir o dia 10 de agosto. A exemplo das semanas de conscientização a respeito de outras moléstias, o objetivo do projeto é estimular ações educativas e preventivas, promover debate

A leishmaniose é uma doença infecciosa grave causada por protozoários do gênero Leishmania, que vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do organismo.


 


Transmitida aos seres humanos por meio da picada de fêmeas de pequenos insetos infectados, essa enfermidade afeta um número estimado de um milhão e quinhentas mil pessoas por ano no mundo, sendo endêmica em muitos países, sobretudo nas Américas, na Ásia e na África. Na América Latina, o Brasil é o país que registra o maior número de casos, cerca de 90% do total notificado.


 


Há duas formas conhecidas, a leishmaniose tegumentar, que afeta os tecidos cutâneos e mucosas, e a leishmaniose visceral ou calazar. A primeira forma é considerada mais branda, caracterizando-se por feridas na pele que se localizam, com maior freqüência, nas partes descobertas do corpo. Já a leishmaniose visceral ou calazar, bem mais severa, é uma doença sistêmica, pois acomete vários órgãos internos, principalmente a medula óssea, o fígado e o baço que inflamam e aumentam de volume.


 


Os sintomas mais comuns do calazar são febre, apatia, falta de apetite, fraqueza, aumento do volume abdominal e emagrecimento, afetando principalmente crianças menores de dez anos de idade, em especial as pobres e desnutridas. Ao lado dos mosquitos, os cachorros também são agentes transmissores dessa forma de leishmaniose.


 


Com a constante migração interna dos habitantes das zonas rurais para os centros urbanos e o crescimento desordenado das cidades, a leishmaniose, antes considerada doença de transmissão silvestre, tem se tornado um grave problema de saúde pública nas áreas urbanas. Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos anos o número de casos da doença na forma visceral vem aumentando de modo preocupante, em especial nos Estados do Maranhão, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Pará e Piauí.


 


A escolha da semana que inclui o dia 10 de agosto se deve ao fato de que esta é a data de nascimento do médico e cientista brasileiro Evandro Lobo Chagas, que realizou estudos sobre doenças como febre amarela e malária, mas, principalmente, sobre a leishmaniose, tendo sido o coordenador da Comissão de Estudos de Leishmaniose Visceral Americana. Foi ele o descobridor dos primeiros casos humanos dessa doença no País, o organizador do Serviço de Estudos das Grandes Endemias, e o criador do Instituto de Patologia Experimental do Norte (IPEN), instalado em Belém do Pará, cujo nome posteriormente passou a ser Instituto Evandro Chagas.


 


“A expansão do número de casos de leishmaniose para áreas antes não endêmicas demonstra que há necessidade de programas educativos, de ação e controle, de difusão de meios de prevenção e combate. A realização anual da Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose vai proporcionar a realização de debates e outros eventos que possam efetivamente contribuir para reduzir a incidência dessa doença infecciosa de difícil controle, cujo combate é considerado prioritário pela OMS”, avalia o Senador Inácio. 



 


 


Fonte: Assessoria de imprensa do Senador Inácio Arruda