Dengue: casos aumentam na Bahia, mas governo assegura medidas de combate

A Bahia já registrou 10.666 casos de dengue em todo o estado somente este ano (dados referentes até o dia 27 de fevereiro). No ano passado, o número chegou à casa dos 37.273, representando 400% a mais que em 2007. Jequié, Itabuna, Itororó, Jacobina, Ipiaú

De acordo com o superintendente de Atenção à Saúde do Estado, Alfredo Boa Sorte Júnior, a intensificação da ocorrência de casos da doença foi impulsionada pela falta de foco de ação dos municípios quando do período pós-eleitoral. “O trabalho dos agentes de endemia, neste processo das eleições, foi prejudicado com as mudanças de gestão, o que implicou na demissão de funcionários e na suspensão dos serviços de atenção primária”, afirmou.


 


Neste sentido, o governador promoveu reunião com os prefeitos dos 417 municípios baianos em novembro, alertando para a gravidade da situação de dengue e o risco de epidemias em 2009. Antes disso, em maio, foi instituído o Comitê Estadual de Mobilização para combate à doença, convocando reuniões mensais para definir ações de prevenção e a organização de uma rede de assistência; em especial aos municípios mais afetados, considerados em “situação de risco”. “O orçamento estadual, inclusive, já previa aumento de recursos para propiciar a compra de material, insumos, veículos e medicamentos nas regiões mais afetadas pela doença; como, aliás, já vem sendo feito em Jequié e Porto Seguro”, ressaltou Boa Sorte.


 


Com a intensificação dos casos no estado, as reuniões tornaram-se ainda mais freqüentes e, em dezembro, governo baiano e Ministério da Saúde promoveram encontro com todos os secretários municipais de saúde, com a presença do ministro José Gomes Temporão, alertando para as medidas necessárias para evitar epidemias de dengue. 


 


Ainda segundo o superintendente de Atenção à Saúde, a postura da população, que muitas vezes se mostra contrária ao acesso dos agentes de saúde em suas residências, dificulta as medidas preventivas. Dados estaduais indicam que 40% das casas não permitem a entrada dos combatentes do mosquito. “A população não entendeu que o combate não é só do governo. Cada qual pode gerir, dentro do seu próprio imóvel, o combate aos focos e a possibilidade de reprodução do mosquito, que é o vetor; porque, enquanto existir o mosquito, vai existir a doença”, destacou. Campanhas informativas veiculadas na imprensa, assim como entrevistas técnicas e palestras nas comunidades, foram adotadas como medidas de conscientização e mobilização da população.


 


O remanejamento de agentes de endemias para os municípios com maiores carências; o deslocamento de equipes médicas para reorganização da assistência ao paciente; a capacitação de novos profissionais em diagnóstico e manejo clínico; a articulação com o Corpo de Bombeiros para ações de combate ao mosquito; a aquisição de máquinas portáteis para aplicação de inseticida nas áreas de difícil acesso e para o bloqueio da transmissão para outros locais; são algumas das ações de destaque do governo no combate à epidemia.


 


“A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia tem envidado todos os esforços, juntando-se aos responsáveis e gestores locais para que o surto seja controlado”, afirma nota oficial do órgão. “A SESAB têm realizado monitoramento sistemático diário da situação dos municípios, através do contato diário com as Secretarias Municipais de Saúde e os técnicos locais da vigilância epidemiológica, e do acompanhamento dos dados paralelos nos sistemas de informação”, destaca o documento.


 


De Salvador,


Camila Jasmin