Via Campesina protesta no porto da Aracruz no ES

Na manhã de hoje (09/03/2009), aproximadamente às 7h, 1300 mulheres da Via Campesina ocuparam  o porto da Aracruz Celulose (Portocel) em Barra do Riacho, Norte do estado do Espírito Santo. A Via Campesina afirmou que o protesto faz parte das ati

Segundo os coordenadores do  movimento ''O objetivo do protesto é denunciar a concentração de terras da empresa Aracruz Celulose, que são usadas para plantio de eucalipto para exportação, prejudicando a soberania alimentar; e o repasse de recursos públicos do Estado para essa multinacional. A assessoria de imprensa da Aracruz Celulose confirmou que a  invasão ocorreu pouco antes das 7h. Cerca de 14 ônibus chegaram ao porto. 50 caminhões preparados para embarcar o produto ficaram parados. O protesto durou cerca de uma hora.


 


O Terminal Especializado de Barra do Riacho – Portocel – é o único porto do Brasil especializado no embarque de celulose. Está preparado para receber navios continuamente, com capacidade de embarque anual de 4,5 milhões toneladas de celulose causando grande impacto no ecossistema marinho. O porto é de propriedade conjunta da Aracruz (51%) e da Cenibra (49%), duas das maiores empresas produtoras de celulose no Brasil. A Aracruz Celulose é a maior empresa da região e também  a maior poluidora do meio ambiente na região do município de Aracruz e redondezas.


 


Segundo a imprensa local a  integrante da coordenação nacional da Via Campesina, Etelvina Mazolini, em entrevista à Rádio CBN, justificou nesta manhã, a manifestação em Aracruz. ''É para denunciar à sociedade que a Aracruz Celulose consome cerca de 250 mil m³ de água por dia, o que equivale ao consumo de uma cidade de 2,5 milhões de habitantes. Também para denunciar que a empresa toma áreas para aumentar o cultivo da monocultura. Em detrimento disso, toda a cultura do café foi reduzida. O café gera mais de 200 mil empregos diretos, enquanto a Aracruz gera apenas 4,8 mil empregos. É uma ação para mostrar que a Aracruz, assim como outras empresas do país, estão tomando terras de povos indígenas e destroem o meio ambiente'', afirmou.


 


Da redação do ES.