Novo presidente da Contag dirige federação filiada à CTB
O 10º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) foi encerrado neste sábado (14) com a eleição da nova diretoria da entidade, através de chapa única presidida por Alberto Broch, sindicalista gaúcho. Broch é dirigente da F
Publicado 14/03/2009 21:46
Na opinião do secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, João Batista Lemos, a CTB “obteve um grande êxito neste congresso, tem um peso grande na nova diretoria eleita, cabendo destacar que o próprio presidente provém de uma federação filiada à nossa Central”.
Na avaliação de Bastista, as concepções sindicais e políticas da CTB foram amplamente vitoriosas. “A Contag reiterou a defesa da unicidade sindical, rechaçando o pluralismo e o divisionismo, apontou a luta por um novo projeto de desenvolvimento nacional, a unidade com os trabalhadores urbanos, a defesa do emprego, a convicção de que a classe trabalhadora não deve pagar pela crise, o desligamento da CUT e a autonomia frente, aprovando proposta apresentada pelos sindicalistas da CTB”, comentou.
Leia abaixo a entrevista com Alberto Broch, novo presidente da Contag
Qual sua avaliação sobre o 10º Congresso, que se encerra sábado com a eleição da nova diretoria?
R- Na verdade, nós estamos hoje, sexta-feira (13) no final da tarde com os temas gerais todos votados no plenário do Congresso. A parte conclusiva das votações terminou há poucos instantes. Na minha avaliação, este é um congresso altamente positivo pela qualidade dos debates, importância das propostas aprovadas e o comprometimento de delegados e delegadas com a luta. Terminou há pouco instante um grande debate sobre o futuro da Contag em relação à CUT, com três oradores que defenderam a nossa permanência naquela Central e outros três que defenderam a desfiliação. Neste momento, delegados e delegadas se dirigem às urnas para votação.
Quero assinalar, em primeiro lugar, que o congresso reafirma o projeto político da Contag. O grande norte é a concretização de um projeto de desenvolvimento rural alternativo para o campo brasileiro, que seja sustentável e solidário. Este projeto envolve grandes planos de lutas que devem ser dirigidos por nossa confederação na disputa de rumo para as políticas sociais, agrícolas, de reforma agrária, de desenvolvimento. Compreende o fortalecimento da agricultura familiar como a base central do novo modelo e sem dúvida nenhuma é preciso reafirmar a importância da luta para que este projeto político possa acontecer neste país. O projeto deve contemplar uma verdadeira reforma agrária, base fundamental do fortalecimento da agricultura familiar, que não será estabelecida sem luta.
O 10º Congresso também reafirmou a defesa da unicidade sindical e do fortalecimento dos sindicatos e das federações rurais para potencializar nossas lutas e concretizar nossos objetivos maiores. Reconheceu a importância das centrais sindicais e a necessidade de aperfeiçoamento dos nossos sindicatos para melhor representar os interesses da classe trabalhadora. Cabe realçar a participação dos homens e também das mulheres e dos jovens, que têm uma relevância a cada dia maior na nossa vida sindical graças às cotas de mulheres e de jovens, que foram reafirmadas.
Como o congresso abordou a crise econômica internacional?
R- Tivemos uma rica análise de conjuntura e debate da crise com a participação do diretor técnico do Dieese, Clemente Granz Lúcio. O congresso reafirmou o entendimento da Contag de que nós não somos os responsáveis por esta crise. Os países capitalistas, sobretudo os mais ricos que pregaram e impuseram o neoliberalismo, são os verdadeiros culpados e devem resolver os problemas, é justo que eles paguem a conta. A classe trabalhadora, urbana e rural, não pode arcar com os prejuízos, pois não é justo.
Por isto defendemos, em união com os trabalhadores urbanos, garantia e manutenção dos empregos e o fortalecimento da agricultura familiar na perspectiva de produzir para a soberania alimentar e econômica do país. É necessário formar uma grande frente para lutar contra o modelo econômico neoliberal que gerou esta crise porque sem dúvidas nenhuma suas repercussões são muito fortes e dramáticas em todo o mundo. A resposta à crise é avançar na direção de um novo projeto de desenvolvimento, alternativo ao neoliberalismo, sustentável e solidário.
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