Número de casos de dengue no Ceará caem em relação ao 1º trimestre de 2008

De 1º de janeiro até o momento, foram confirmados 654 casos da doença, dos quais dois hemorrágicos

Diferente de 2008, quando o Ceará viveu a segunda maior epidemia de dengue da História e chegou a ter 9.877 casos e quatro óbitos somente nos três primeiros meses do ano, 2009 confirma, até o momento, 654 casos da doença. Sem registro de mortes.


 


A tendência de queda também se manifesta nos casos de tipo hemorrágico e por complicação: foram 81 casos de dengue hemorrágica e 64 de dengue por complicação confirmados nesse período. Enquanto isso, de acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), até ontem foram confirmados apenas dois casos de dengue hemorrágica e quatro por complicação da doença.


 


De acordo com o boletim, o segundo caso do tipo hemorrágico foi confirmado esta semana, no município de Tamboril. Além disso, não houve novos casos de dengue por complicação esta semana. Outros cinco casos suspeitos continuam sob investigação pela Sesa, sendo dois ocorridos em Fortaleza, um em Canindé, um em Aquiraz e um em Caucaia.


 


A Capital cearense concentra o maior número de casos. Foram 440, o que corresponde a 67,28% do total de ocorrências de dengue até o momento. Mas um número pequeno se comparado com a quantidade de fortalezenses que tiveram a doença entre janeiro e março do ano passado, que totalizaram 5.481.


 


Nova fase


 


No ano passado, o Ceará viveu a segunda maior epidemia de dengue desde que a doença passou a ser monitorada, em 1986. No total, foram 44.508 pessoas infectadas em 167 municípios, com 17 vítimas fatais. O ano com menor número de casos registrados foi em 1993, quando ocorreram apenas oito casos de dengue.


 


De acordo com o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Daniel Fonseca, em geral, costuma haver uma grande redução na quantidade de casos de dengue após um ano de epidemia como o que ocorreu em 2008.


 


Mas apesar dos dados animadores diante da baixa incidência de pessoas acometidas pela doença este ano, é preciso manter as ações de prevenção e combate ao mosquito transmissor. Tudo para evitar o risco de surtos isolados em municípios cearenses ou mesmo uma nova epidemia no Estado em 2009.


 


“Mesmo com esses números, bem menores do que os registrados em 2008, não é possível fazer um prognóstico confiável para o restante do ano. A situação da dengue pode se reverter se não mantivermos a vigilância epidemiológica constante”, afirma Manoel Fonseca.


 


Por conta disso, a Sesa vem intensificando o trabalho de prevenção da dengue, principalmente nos municípios com mais de 100 habitantes e onde houve os maiores registros da doença em 2008.



Sesa intensifica ações de prevenção da doença


 


Para evitar o risco de uma epidemia como a que foi registrada em 2008, a Sesa vem centrando foco nas estratégias de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti, na formação das equipes do Programa Saúde da Família (PSF) e nos apoio aos municípios cearenses. Segundo o coordenador Manoel Fonseca, a Secretaria adquiriu 25 novas máquinas de fumacê, que podem ser utilizadas em casos de emergência para combater o mosquito.


 


Além disso, a Escola de Saúde Pública (ESP) inicia, na próxima segunda-feira, a primeira turma de capacitação deste ano, para 50 médicos e enfermeiros do PSF. O objetivo é prover esses profissionais no manejo clínico de pacientes com dengue hemorrágica, permitindo que as equipes possam identificar melhor o tipo mais grave da doença e encaminhar esses pacientes de forma rápida e segura, evitando mortes. A expectativas é de que cinco outras turmas sejam formadas no decorrer de 2009.


 


Já nos municípios, além da reunião realizada no início do ano com os 34 secretários de Saúde dos municípios com maior risco, a Sesa provê os municípios com telas para serem colocadas em caixas d’água residenciais.