Dia Municipal do Maracatu será comemorado com cortejos em Fortaleza

Abram alas para reis e rainhas, balaieiros, índios, calunga, preta e preto velhos, negro do incenso, orixás e a batida dolente do Maracatu Cearense. No próximo dia 25 de março, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secretaria de Cultura de Forta

Os grupos se concentrarão, a partir das 16h, nas Praças dos Correios, do Ferreira e ao lado da Caixa Econômica do Calçadão C. Rolim. De lá, todos partem para a Igreja do Rosário (Praça dos Leões), onde se encontram às 17h para um ato ecumênico exaltando elementos afrobrasileiros, celebrado pela Mãe Taquinha de Oyá, coroação de rainhas e lançamento de um CD com loas de maracatus.


 


A Secultfor aproveita a data para homenagear, com a entrega do Troféu do Maracatu, duas personalidades culturais: Milton de Sousa (póstuma) e Descartes Gadelha, artistas que muito contribuíram, e contribuem, para a difusão e a preservação da cultura afrobrasileira na Cidade.


 


Não à toa, a Igreja do Rosário foi escolhida pelos grupos de maracatus por ser o lugar que, junto com a Igreja de São Benedito, abrigou, na época do Brasil Colônia, as coroações dos Reis de Congo que os escravos faziam para reverenciar seus antepassados.


 


O Dia foi criado oficialmente através da lei municipal 5.827/1984, por ser esta a data da libertação dos escravos no Ceará (25 de março de 1884), primeiro Estado brasileiro a abolir a escravatura, ainda quatro anos da promulgação da Lei Áurea, em 13 de março de 1888; razão pela qual o escritor José do Patrocínio, então figura emblemática do movimento abolicionista e republicano no Rio de Janeiro, teria batizado o Ceará como Terra da Luz.


 


Apesar do pequeno contingente de escravos no território cearense, a cultura africana marcou de forma vigorosa muitas manifestações culturais locais e o próprio povo cearense. A data serve, portanto, para celebrar, valorizar e divulgar o Maracatu Cearense em Fortaleza, exaltando-o como a autêntica brincadeira de rua local.


 


Dentro da política de promoção da igualdade racial da Prefeitura, a data serve para relembrar ao cearense que a Terra da Luz também é negra, movimento que vem sendo capitaneado no âmbito municipal pela Coordenadoria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial (Coppir), instância diretamente ligada ao gabinete da prefeita Luizianne Lins. 


 


Na cadência do maracatu


 


O Maracatu, hoje a mais bela e autêntica manifestação do Carnaval fortalezense e da cultura local, originou-se de uma homenagem aos Reis do Congo na África. Dança dramática cadenciada por um ritmo dolente, uma batida lúgubre de chocalhos, surdos e triângulos, o Maracatu Cearense traduz o sofrimento das nações negras que aqui viveram.


 


Depois o Maracatu virou brincadeira de rua, que no Ceará criou o ato de pintar o rosto de preto, denominado poeticamente de “falso negrume”. “Eles pintam também como máscara”, salienta o teatrólogo e pesquisador da cultura popular Oswald Barroso.


 


Musicalmente, a tradição trouxe outros elementos como os batuques do Congo e a organização do cortejo em alas, representando índios, baianas, balaieiros (aquele que representa a fertilidade da terra ao levar o cesto com oferendas para os reis), calunga, preta e preto velhos, baliza, negro do incenso, porta estandarte, Rainha negra e sua corte.


 


Serviço
25 de março – Dia do Maracatu
16h – Concentração (e saída em cortejo) de vários grupos nas Praças dos Correios, do Ferreira e ao lado da Caixa Econômica do Calçadão C. Rolim.
17h – Encontro dos maracatus na Igreja do Rosário (Praça dos Leões). Ato ecumênico exaltando elementos afrobrasileiros, celebrado pela Mãe Taquinha de Oyá, coroação de rainhas, lançamento de um CD com loas de maracatus e homenagens a Milton de Sousa (póstuma) e Descartes Gadelha


 


Programação
(Concentração e saída em cortejo a partir das 16h)


 


Praça dos Correios
Rei Zumbi
Nação Iracema
Kizomba
Vozes da África


 


Praça do Ferreira
Nação Fortaleza
Solar
Baobab
Afoxé Filhos de Oyá


 


Calçadão C. Rolim – ao lado da Caixa Econômica
Rei de Paus
Az de Ouro
Axé de Oxossy


 


Fonte: Assessoria de Imprensa da Secultfor