Greve nacional dos petroleiros é antecipada na Petrobras
Programada para começar no primeiro minuto desta segunda-feira (22), a greve nacional dos petroleiros foi iniciada na Petrobras ainda no domingo — pelo menos em uma das refinarias da empresa. “Como a empresa tentou reter o pessoal que devia sair na tarde
Publicado 22/03/2009 21:18
“Sabemos que a empresa está tentando reter aos trabalhadores em outras unidades”, acrescentou o dirigente da FUP — que reúne vários dos sindicatos da Petrobras. Moraes disse que a greve foi aprovada por 17 sindicatos e deve paralisar totalmente a produção de petróleo no Brasil, assim como as refinarias e os terminais de distribuição de combustíveis da Petrobras.
Além dos 11 sindicatos filiados à FUP, a paralisação foi aprovada pelos sindicatos de petroleiros de Rio Grande do Sul, do litoral paulista, de São José dos Campos, do Rio de Janeiro e de Sergipe. Segundo a FUP, os trabalhadores de empresas que prestam serviços à Petrobras também decidiram paralisar suas atividades, pelo menos na segunda-feira.
A greve foi convocada e aprovada como uma resposta dos sindicatos às supostas tentativas da Petrobras de flexibilizar os direitos e alguns benefícios de seus funcionários. Segundo a empresa, as medidas são necessárias para combater a crise global. Os trabalhadores reagirão com parada de produção e reavaliação do movimento no quinto dia de greve.
Os petroleiros terceirizados que prestam serviço para a Petrobrás também se somarão ao primeiro dia do movimento (23), parando por 24 horas suas atividades. A FUP não aceita reduções de direitos em nome de uma crise do sistema financeiro internacional cujo ônus as empresas estão impondo aos trabalhadores. As centrais sindicais também têm sido enfáticas nesta luta: a classe trabalhadora não pagará pela crise!
Precarização na contramão da segurança
A luta dos petroleiros por condições seguras de trabalho é um dos eixos principais da greve. Os cortes e flexibilização de direitos por parte das empresas aumentam ainda mais os riscos de acidentes, cujas principais vítimas têm sido os trabalhadores terceirizados.
Mais de 80% das mortes por acidentes de trabalho no Sistema Petrobrás foram com prestadores de serviço. Desde 2000, já ocorreram na empresa 165 óbitos de petroleiros, dos quais 134 eram terceirizados e 31, trabalhadores diretos da Petrobrás.
A FUP e seus sindicatos vêm cobrando sistematicamente mudanças estruturais na forma como a empresa lida com a saúde e segurança do trabalhador. As reduções de custo feitas recentemente pela empresa expõem mais ainda a categoria a riscos.