Especialistas e deputados ressaltam importância da água em audiência

Os impactos das mudanças climáticas no semi-árido e a elaboração do Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação foram os assuntos destacados na manhã desta segunda-feira, 23/03, durante o debate promovido pelo Deputado Lula Morais para comemorar

O deputado comunista destacou a água como um bem essencial à vida e finito que deve ser tratado como um bem público e não como mercadoria. O parlamentar lembrou ainda da Lei nº 14.198/08, de sua autoria, que instituiu, em agosto do ano passado, a Política Estadual de Combate e Prevenção à Desertificação. Essa sugestão do parlamentar ao Governo foi acatada por unanimidade em plenário dado à urgência de uma ação do Poder Público em catalisar esforços para evitar novos processos de desertificação em municípios cearenses. “A desertificação, ao contrário do que muita gente pensa, não é um problema de falta d’água, mas uma conseqüência do relacionamento do homem com a água”, informou.


 


Nas três palestras ministradas, representantes dos governos Federal e Estadual, da sociedade civil e deputados demonstraram preocupação com o gerenciamento dos recursos hídricos. De toda a água do Planeta, apenas 3% pode ser ingerida e, destes, 2% está congelada nos pólos. “Sabemos que a água doce é um bem precioso e, a cada dia, está ficando mais escassa”, alertou o presidente da Comissão de Agropecuária e Recursos Hídricos, deputado Neto Nunes (PMDB).


 


A principal inquietação girou em torno do Brasil comportar cerca de 12% de toda essa água potável e, ainda assim, ter localidades abastecidas por carros-pipa. Só no Ceará, são 28 corredores com essas características e que ainda não foram envolvidos em políticas públicas de acesso à água.


 


Já num cenário internacional, todos destacaram a África como o continente mais crítico nesse tocante. Lá, existem inclusive pontos de conflito onde comunidades disputam o manuseio de mananciais.


 


De acordo com o palestrante e representante do Ministério do Meio Ambiente, Rocha Magalhães, as consequências das mudanças climáticas são inúmeras e já estão sendo sentidas na pele. Ele destacou resultado de pesquisas que mostram as transformações das regiões semiáridas em áridas até o ano de 2050. Segundo ele, O que tem sido consenso e divulgado por muitos cientistas (a partir de inúmeros estudos apresentados) diz que mesmo o Brasil, que possui boa parte da água doce e potável do planeta, terá sérios problemas a respeito desse sagrado e essencial líquido e, também, na produção de alimentos.


 


Rocha ponderou ainda que as mudanças climáticas constatadas nos últimos anos tendem a continuar e, por conta disso, os gestores precisam tomar medidas emergenciais para os impactos não serem tão desastrosos. “Elas deixaram de ser coisas do futuro”, argumentou.


 


Já o consultor do Ministério do Meio Ambiente, José Roberto Lima, afirmou que, apesar do momento ser delicado, também é propício à adoção de uma nova postura no uso dos recursos naturais não-renováveis. Para ele, os governos devem acelerar esse processo de conscientização para o semi-árido brasileiro não se tornar totalmente árido até 2050, como alguns estudos já apontam. “Viver no semi-árido vai ser muito difícil. O Estado tem que se organizar para fazer frente a isso”, previu.


 


As mudanças climáticas estão ocorrendo e a água, que é o recurso natural que nos garante a vida, também sofre os efeitos dessas mudanças. Temos que conservá-la, ainda mais, do contrário estaremos contribuindo para o extermínio da vida no Planeta Terra.


 


A palestrante Liduína Carvalho, representante do Grupo Permanente de Combate à Desertificação abordou os avanços das políticas de combate à desertificação no Ceará e a importância da conservação da água neste processo . Também fizeram parte do debate: Tereza Farias (Conselho de Políticas Ambientais), Eduardo Sávio (Funceme), Raquel Cristina Vieira (DNOCS), José Roberto Lima (Ministério do Meio Ambiente), César Pinheiro (Secretário de Recursos Hídricos do Ceará, além de associações ligadas ao tema.
 
 
Fonte: Assessoria Lula Morais / Coordenadoria de Comunicação da AL