José Dirceu diz que falta bandeira à oposição demo-tucana
Cada vez mais presente na cena política brasileira, o ex-ministro José Dirceu disse que o problema da oposição demo-tucana é a falta de uma bandeira, de projetos e de propostas para o país. “Por exemplo, veio a crise e eles nem apresentaram nos estados
Publicado 23/03/2009 19:06
Diferente dessa postura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu resposta imediatas para o enfrentamento da crise financeira internacional. Lembrou que o governo usou dinheiro das reservas, baixou impostos e atendeu setores específicos.
Assim viabilizou crédito para o exportador e para empresas brasileiras que rolaram dívida no exterior. Ainda no campo do enfrentamento da crise, ele disse que aguarda mais uma redução de 1,5% na taxa básica de juros, a Selic, e a manutenção de todos os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Bem ao seu estilo, o ex-ministro afirmou que há uma campanha na mídia para desgastar o PMDB que apoia o presidente Lula. “Veja bem. Quando o PMDB participava do governo FHC, por que não havia uma campanha contra o PMDB? É a leitura que precisamos fazer. Por que agora no governo do presidente Lula? Porque querem fazer tudo para o PMDB não apoiar o presidente em 2010 e a candidata dele”, disse Dirceu, referindo-se a Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil.
Como parte dessa campanha, ele diz que o nome do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) “foi inventado para ser vice do José Serra”, governador de São Paulo e presidenciável do PSDB.
“Ele tem o direito de fazer as denúncias dele, o PMDB já disse a ele para especificar e fazer uma acusação concreta que o PMDB responde.” Quanto as últimas denuncias envolvendo o parlamento, Dirceu defendeu uma reforma administrativa na Cãmara e Senado. “E agora é a hora de fazer a reforma política.”
Influência no governo
Sobre sua influência e prestígio no governo, ele diz que é muito questionado se vê o presidente Lula regularmente. “Isso não acontece porque não sou mais ministro, deputado ou presidente do PT. Sou amigo do presidente e militante do PT. Lógico que sou um militante do PT que tem liderança”, afirmou.
Diz que não participa do centro de decisão no PT e nem do governo. “Minha influência política se dá é viajando pelo país, através do meu blog, debatendo, discutindo o país. Quando sou convidado pelo PT ou pelo governo participo de reuniões. Se pedem minha opinião eu dou, mas no governo isso não acontece.”
Com relação as presenças da ministra Dilma e do vice-presidente José Alencar na festa de aniversário dos seus 63 anos, semana passada, em Brasília, o ex-ministro disse que são amigos que têm afeto por ele “e não necessariamente concordam com suas opiniões e posições.”
“Mas sabem que sou honesto, reconhecem meu papel na vida política brasileira, na construção do PT, na eleição do presidente, e querem que eu seja absolvido pelo Supremo (Tribunal Federal) e volte plenamente para a atividade política”, diz o ministro que enfrenta processo na Corte acusado de envolvimento no mensalão. Dirceu enfatiza que será absolvido por não haver provas contra ele.
De Brasília,
Iram Alfaia