Projeto motiva moradores a criarem bibliotecas comunitárias em cidades do Ceará

O projeto Ler para Crer realiza oficinas itinerantes em municípios cearenses para sensibilizar moradores a implantarem bibliotecas comunitárias. Mais que reunir livros e periódicos num espaço com estantes e mesas, o modelo a ser construído deve refletir a

A primeira oficina aconteceu dias 14 e 15 de março em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. As próximas serão em Itaitinga (28 e 29 de março) e Redenção (24 e 25 de abril). A iniciativa é do Departamento de Ciências da Informação da Universidade Federal do Ceará, em parceria com Governo Federal – Ministério da Cultura e Ministério da Educação – e prefeituras dos municípios. O patrocínio é da Petrobrás.


 


A experiência surgiu de uma idéia do Prof. Tadeu Feitosa, chefe do Departamento de Ciências da Informação: a criação da Biblioteca Comunitária do Benfica, sediada na Área II do Centro de Humanidades no Campus do Benfica da UFC. Transformado em projeto de extensão, o Ler pra Crer, sob a coordenação da Profª. Lídia Eugênia Cavalcante, do Departamento de Ciências da Informação, começou ali e passou a realizar caravanas de professores e estudantes bolsistas e voluntários a municípios cearenses. Em dezembro passado, o projeto venceu o Edital Proext, do Minc, e agora as atividades se reforçam nos três municípios citados.
 


“O primeiro encontro é de sensibilização. Apresentamos a metodologia, damos assessoria e fazemos visitas de supervisão. Mas são as pessoas dos municípios que irão tocar o projeto.”, diz Lídia. Além do envolvimento direto da comunidade, ela considera importante também a oportunidade que universitários – bolsistas ou voluntários – têm de trabalhar a dimensão social. A estudante de Biblioteconomia, Laiana Ferreira de Sousa, diz que é “maravilhoso” participar. “Entender que na biblioteca comunitária os moradores podem entrar em contato com o acervo, produzir, participar de eventos”.


 


Para o Prof. Tadeu Feitosa, também coordenador geral da Biblioteca Comunitária do Benfica, o projeto difere do conceito de “bibliotecas públicas de plantão” que arbitram sobre as demandas da população. “Não é ir lá no município e, arbitrariamente, implantar uma biblioteca. Queremos formar pessoas que discutam o conceito de biblioteca. São as pessoas de Aquiraz que irão construí-lo com o cheiro de Aquiraz.”, comenta.


 


Longe da idéia de um depósito de livros, o projeto propõe uma biblioteca comunitária onde “todas as vozes, imagens, gestos, sotaques e dicções possam ser encontradas e trabalhadas”. Segundo ele, esse espaço de convivência “gestado e gerido pela comunidade” pode ser um celeiro de arquivo cine-video-gráfico, onde caibam além do álbuns de família e expressões da memória em curso – discursos orais de moradores antigos, manifestações culturais.


 


Fonte: Agência da Boa Notícia