Tião Viana cobra explicações de Renan sobre supostas críticas
Na guerra silenciosa entre PT e PMDB travada nos bastidores do Congresso, o senador Tião Viana (PT-AC) subiu nesta segunda-feira à tribuna do Senado para cobrar explicações do líder peemedebista, Renan Calheiros (AL), sobre supostas críticas feitas ao
Publicado 23/03/2009 18:54
“Discuto todo e qualquer assunto da vida brasileira com todo e qualquer senador da República no mais absoluto respeito e elevada consideração. Não aceito que se usem argumentos de inferir juízo de valor sobre a dignidade de ninguém pelas costas ou por recados. Então, por essa razão, antes de fazer qualquer juízo de valor sobre a suposta reunião no que diz respeito a mim, aguardarei a manifestação do senador Renan Calheiros”, afirmou.
Segundo a revista “Época”, Renan teria dito a Múcio e aos parlamentares presentes na reunião que Viana não tem “autoridade moral” para discutir ética no Senado. Irritado com a suposta crítica, o petista disse que a reunião articulada pelo ministro ocorreu sem a sua autorização. “Tudo o que foi lá tratado não teve o meu envolvimento. Portanto, estou distante dela, do que se tratou nela, do que se decidiu nela”, afirmou.
Além de Múcio e Renan, participaram do encontro os senadores Aloizio Mercadante (PT-SP), Ideli Salvatti (PT-SC) e Romero Jucá (PMDB-RR). O encontro teve como objetivo acalmar os ânimos do PT e do PMDB em meio à onda de denúncias que atingiu a imagem do Senado nas últimas semanas.
O grupo de Renan atribui a Viana o vazamento de informações contra aliados do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP) –entre elas a denúncia de que a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) teria usado passagens aéreas do Senado para levar amigos e empresários a Brasília.
Aliados do petista, por outro lado, atribuem a Renan o vazamento da informação de que a filha de Viana usou telefone do Senado em viagem particular ao México, realizada no início do ano. Em meio à troca de acusações, Múcio entrou em campo para tentar acalmar os ânimos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva –uma vez que o PT e o PMDB integram o grupo de apoio ao governo.
Viana disse que o grupo presente à reunião não tem autoridade para fechar um acordo que dê fim à suposta troca de acusações à sua revelia e à do presidente Sarney.
“A minha responsabilidade de tratar todo e qualquer assunto que envolva o Senado Federal à luz do dia, olhando no olho das pessoas, frente a frente com todas as pessoas, eu farei. Sei que o presidente da Casa também o fará. Então, quero dizer que desautorizo tal encontro, porque me parece que foi um encontro que serviu muito mais para disseminar intrigas, fofocas e insinuações a respeito das pessoas”, disse o petista.
Fonte: Folha Online