Camargo Corrêa diz ter doado 23,9 mi para campanhas
Investigada pela prática de crime financeiro e doação irregular de campanha, a empresa Camargo Corrêa divulgou nesta quinta (2) um comunicado nos jornais dizendo que doou R$ 23,9 milhões para partidos políticos e candidatos. Desse total, segundo a empr
Publicado 02/04/2009 17:33
No comunicado, a empresa não revela quais as siglas que receberam as doações, mas manifesta empenho para esclarecimento dos fatos. Deixa a entender que as doações foram feitas em cumprimento à legislação eleitoral.
Nos autos do inquérito da operação Castelo de Areia da Polícia Federal (PF), que investiga a evasão de divisas, surgiram indícios de doações irregulares interpretados nas interceptações telefônicas. São citados no inquérito o PSDB, PMDB, PT, PSB, PPS, PTB, PDT, PV, DEM e PP
Para justificar o montante da doação revelada, o grupo diz que faturou no ano passado R$ 16 bilhões e recolheu em impostos R$ 2,8 bilhões, resultado das atividades empresariais nas indústrias de cimento, construção e concessões.
No mesmo período, o faturamento da construtora atingiu R$ 5,4 bilhões, registrando um aumento de 62% em relação aos R$ 3,3 bilhões registrados em 2007. O bom desempenho, segundo a empresa, deve-se ao crescimento das atividades no Brasil.
O setor privado (mineração, energia, óleo e gás) respondeu por 65% da receita da construtora. Já a área pública (saneamento, transporte e edificações) foi responsável por 22% e as atividades no exterior por 13% do faturamento.
O grupo diz que mesmo com os problemas que enfrenta por conta das investigações da PF continuará “investindo, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento.”
Quatro executivos da empresa foram presos no auge da Operação Castelo de Areia. A construtora é investigada por remessa ilegal de divisas, superfaturamento de obras e doação fraudulenta para campanhas eleitorais.
De Brasília,
Iram Alfaia