Frota de ônibus adaptada em Fortaleza supera média nacional

Em pouco mais de quatro anos, o número de ônibus adaptados para portadores de deficiência quadruplicou. Em 2004, eram 23 carros com elevadores. Hoje, existem 92. O número ainda é pequeno, considerando a frota de 1.800 ônibus na Capital. Mas, com o crescimento, Fortaleza fica com 5,1% de frota adaptada, percentual acima da média nacional: 4,5%. De acordo com a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), o número vai continuar crescendo à medida que a frota for se renovando.

Os dados foram expostos ontem, um ano após a implantação da gratuidade do transporte público para o portador de deficiência. Durante entrevista coletiva realizada na Etufor, a coordenadora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência (Compedef), Nadja Pinho, e o assistente técnico da Etufor, Flávio Arruda, ambos cadeirantes, discutiram conquistas e desafios da mobilidade.

Para ter acesso ao cartão de gratuidade, o portador de deficiência precisa estar fora do mercado formal, ser beneficiário do Bolsa Família, do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou estar inserido no Cadastro Único.

Gratuidade

Hoje, já existem mais de 6.900 pessoas com o cartão de gratuidade, espalhadas por 190 bairros e comunidades. “Essas pessoas estavam no fundo de uma rede, em casa, e agora elas passaram a ser visíveis e a fazer parte do panorama da mobilidade da cidade”, disse Nadja.

O aumento na frota de veículos adaptados atende ao decreto 5.296, de 2004, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade. O decreto determina ainda que as mudanças devem ser realizadas até o ano de 2.014. “O desafio vai além de cumprir prazos. É garantir que haja política contínua para atender os diferentes tipo de mobilidade que a população possui”, disse Arruda.

Segundo ele, mais do que veículos adaptados, o serviço inclui operadores treinados, sistemas capazes de comunicar que os veículos são acessíveis e a garantia de assento no interior do veículo. Os veículos com elevador estão distribuídos em 41 linhas escolhidas por darem acesso a locais de atendimento a pessoas com deficiência.

Para ele, é importante ver esta medida como uma política de acessibilidade, que beneficia não apenas portadores de deficiência. “Beneficia também as pessoas com restrição de mobilidade, que não têm deficiência”, destacou. Nadja Pinho destacou ainda outras ações voltadas para a acessibilidade. “O Transfor está recuperando as calçadas, tornando-as niveladas, para que portadores de deficiência e pessoas com alguma restrição de mobilidade possam se deslocar com tranquilidade”, disse.

E-MAIS

> De acordo com a Etufor, Fortaleza conta com 1.800 carros em sua frota de ônibus, mas o número de veículos operantes varia de 1.650 a 1.700.

> Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 15% da população de Fortaleza é portadora de algum tipo de deficiência.

> Diante do número apresentado pelo IBGE, Flávio Arruda, o assistente técnico da Etufor, desabafou: “O que não dá para entender é como se faz política pública sem pensar nessa população”, afirmou ele.

DIREITO À GRATUIDADE

> Têm direito à gratuidade pessoas com deficiência contidas na Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10).

> É preciso não estar no mercado formal de trabalho e ser beneficiário do Bolsa Família, do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou estar inserido no Cadastro Único.

> Para se inscrever, o interessado deve comparecer à Etufor na avenida Expedicionários, 5677, Vila União. Para saber sobre a documentação necessário, ligar para 3131 7834.