Peru: Filha de Fujimori é pré-candidata à presidência
Várias ocupações dividem o tempo da parlamentar Keiko Fujimori: uma gravidez em progresso, o julgamento de seu pai — o ex-presidente Alberto Fujimori — e a organização do partido com o qual espera que o fujimorismo concorra nas eleições de 2011. Keiko é
Publicado 02/04/2009 12:23
Pode-se dizer que a senhora já é candidata presidencial?
Pré-candidata, sim. Mas faltam passos importantes para o lançamento de uma candidatura oficial. O mais importante é a inscrição de nosso partido. Depois haverá eleições internas.
O resultado do julgamento de seu pai será crucial para o futuro de seu movimento?
Se meu pai for absolvido, como esperamos, daria uma grande alegria ao fujimorismo porque durante anos tentamos limpar seu nome e os dos funcionários que colaboraram com ele. Não há provas, e portanto esperamos que seja declarada sua inocência. E se algo eu percebi durante este julgamento é que há uma grande solidariedade com meu pai. Uma sentença injusta significará um maior apoio.
Qual será sua reação se a sentença for condenatória?
Não contemplamos derrotas. Esperamos que ele seja absolvido. Mas pedimos aos fujimoristas que se mantenham alertas. Obviamente, apelaríamos e continuaríamos com nossas mobilizações pacíficas para dizer a Alberto Fujimori que não está só.
É inverossímil acreditar que seu pai ignorava o que estava ocorrendo na luta antiterrorista?
A política oficial antiterrorista de Alberto Fujimori é a que salvou o Peru. Ele estava muito pendente de que essa política fosse aplicada.
Por isso mesmo, é verossímil crer que seu pai ignorasse as atividades clandestinas do grupo Colina (esquadrão militar ilegal que lutava contra o terrorismo)?
Pelo fato de ser uma pessoa muito eficiente em seu trabalho, não se pode atribuir que conheça até a cor dos relógios dos escritórios. Não podemos atribuir ao presidente Fujimori os erros cometidos por terceiros. O que eu resgato é que o presidente teve uma só política antiterrorista, a que salvou o país. E os crimes cometidos são de culpa individual e não coletiva, nem do Estado nem do presidente.
Fonte: El País