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Anti-Otan: polícia faz de Estrasburgo uma cidade fantasma

Perto de meio milhar de pacifistas e militantes de esquerda continuam mobilizados na cidade francesa de Estrasburgo, em manifestações pontuais contra a comemoração do 60.º aniversário de criação do Pacto Militar do Atlântico Norte, reclamado o fim dess

A polícia continua mantendo os manifestantes à distância das áreas principais da cidade, com o uso de canhões de água e gás lacrimogêneo.



As autoridades montaram um dispositivo colossal, com vários perímetros de segurança, um deles reservado a apenas quem tiver autorização de passagem na cidade de Estrasburgo.



“Estão a privar-nos de um direito fundamental que é o da livre circulação no nosso próprio país. Acho vergonhoso. Não é uma democracia bonita”, criticou uma habitante de Estrasburgo.



Só para Estrasburgo, foram mobilizados cerca de 10 mil policiais e guardas nacionais. Vários transportes públicos foram suspensos, escolas, escritórios e lojas não abriram as portas.



Manifestantes nas ruas alemãs



Entre 500 e 800 manifestantes anti-Otan, segundo fontes policiais e organizadores, protestaram, esta sexta-feira, nas ruas de Baden-Baden (sudoeste da Alemanha), cidade anfitriã de um jantar de gala dos líderes da Aliança Atlântica.



A pequena multidão, que integrava movimentos pacifistas, anti-globalização, anti-capitalismo e anti-belicismo, desfilou sob uma forte vigilância policial.



“60 anos são suficientes, não à Otan”, cantaram os manifestantes, incluindo muitos jovens envoltos em bandeiras arco-íris.



“Todos os soldados são assassinos”, exibia um cartaz que citava o escritor alemão Kurt Tucholsky.



“Nenhuma ação militar, nem aqui e nem no estrangeiro”, podia ler-se em outro cartaz.



Os manifestantes, que foram acompanhados de perto por várias centenas de agentes da polícia anti-motim equipados com capacetes e uniformes de proteção, foram impedidos de chegar ao centro da cidade, onde a chanceler Angela Merkel recebeu o presidente americano Barack Obama.



No total, foram destacados três mil policiais para reforçar a segurança da estância climática.



Quinta-feira, na véspera da manifestação, a polícia revelou que esperava a participação de milhares de pessoas, confessando que as fortes medidas de segurança aplicadas em Estrasburgo e em Baden-Baden e Kehl, que recebem sábado a cúpula da Otan, deveriam desencorajar alguns protestos.



Antes do jantar de gala com os restantes chefes de Estado e de governo da Otan, os dois líderes vão assistir a um concerto da violinista Anne-Sophie Mutter.



“Nenhuma sopa para Obama”, cantaram alguns manifestantes, numa alusão ao jantar de gala.



“Nós somos o sal na sopa”, concluíram outros ativistas.



Um porta-voz dos manifestantes, Monty Schadel, denunciou, entretanto, que existiram várias restrições por parte da polícia, que proibiu, por exemplo, o desfile do movimento “Exército de Palhaços”, manifestantes que normalmente provocam as forças da segurança com números de circo e exibem pistolas de água.



“Enquanto a Otan dispõe de armas mortais em todo o mundo, esta proibição é um absurdo”, comentou o ativista.



Segundo Christoph Kleine, porta-voz do movimento online “Block Otan”, disse que um dos objetivos dos manifestantes era evitar a violência.