Desemprego atinge mais de 3,6 milhões de pessoas na Espanha
O Ministério do Trabalho da Espanha anunciou na tarde de quinta-feira (2) que o número de desempregados no país já passa de 3,6 milhões de pessoas, depois de incorporar 123.543 novos desocupados em março último.
Publicado 03/04/2009 11:03
Esse dado — 3.605.402 desempregados — é o pior registrado desde que foi iniciado o atual sistema de controle estatístico em 1996.
Dessa forma, março converteu-se no décimo segundo mês consecutivo em que o número de desempregados recebe novos efetivos e no sexto em que a quantidade de incorporados ultrapassa os 100 mil.
Na período dos últimos 12 meses, a crise na Espanha tem retirou postos de trabalho de 1.304.427 pessoas, o que representa um aumento de 56,7%, segundo o informe oficial.
Na análise por gênero, no terceiro mês do ano deixou sem emprego 65.181 homens (3,7% a mais em relação a fevereiro) e 58.362 mulheres (3,3%), números que sobem a 852.665 (88%) e 451.762 (33,9%), respectivamente, no período de doze meses.
O setor de serviços foi o que mais desemprego provocou em março, com 57.891 demitidos, seguido pela indústria (20.322), a construção civil (16.613) e a agricultura (7.684).
O primeiro deles acumula nos últimos 12 meses um total de 680.565 desocupados.
As estatísticas oficiais demonstram o forte golpe sofrido pelos trabalhadores estrangeiros em matéria de trabalho, quem têm visto duplicado seu contingente de desempregados em um ano até chegar a 497 mil em março.
Ao terminar fevereiro, a Espanha era o país da União Europeia (UE) com maior taxa de desocupação, com 15,5%, o dobro da média de 7,8 existente na totalidade dos Estados membros da chamada zona do euro.
Segundo o Eurostat, organismo de estatísticas da UE, só nesse mês o desemprego na Espanha cresceu sete pontos e, por segmentos, 31,8% dos desempregados são jovens e 16,3%, mulheres.
No segundo lugar do ranking de desemprego na Europa aparece a Letônia (14,4%), seguida da Lituânia (13,7%), Irlanda (10%), Estônia (9,9%) e Eslováquia (9,8%).
A economia espanhola terminou 2008 em estado de recessão, após verificar contração de 0,3% e de 1% no PIB dos dois últimos trimestres daquele ano.