Sindicato dos Jornalistas do Rio denuncia exploração no Globo

A ação contra o Infoglobo pela implantação do cartão de ponto permanece em vigor no Tribunal Regional do Trabalho, mas o sindicato pretende continuar as negociações até que as regras sejam estabelecidas.

Na página 2 da edição desta quarta-feira (2), o jornal publicou em sua coluna “Por dentro do Globo” uma crítica ao sindicato, dizendo que a medida “rompe uma longa tradição do jornalismo”. O diário justifica que “todo jornalista sabe que notícia não tem hora para acontecer”. Já o sindicato responde que “não há na ação judicial movida pelo sindicato impedimento a longas jornadas de trabalho, que o jornal já definiu como ‘jornalismo romântico’. O que as leis de qualquer país civilizado determinam é que as horas extras sejam pagas ou compensadas”.

“Trabalhar de graça nada tem de romântico. Se for necessário para obter informação de qualidade, nenhum jornalista se furtará a trabalhar 24 horas em um mesmo dia. A diferença é que, com o ponto, passará a ser recompensado. Como nas outras empresas do mundo”, diz ainda o texto divulgado pelo sindicato.

Para o sindicato, “o excesso de horas trabalhadas sem remuneração é uma ilegalidade antiga que os profissionais do Globo decidiram rejeitar”. Diz ainda que “O Globo agora ameaça demitir, acabar com feriados ou exigir que seus jornalistas trabalhem no mínimo oito horas por dia como punição por terem cobrado seus direitos”.

Os jornais “Extra” e “Expresso”, também pertencentes às Organizações Globo, iniciaram a tomada de ponto, que em um primeiro momento funcionará como experiência piloto.

Segundo determinação do jornal, quem chegar atrasado não terá seu dia de trabalho perdido e poderá compensar o atraso no final da jornada. Quem sair de casa direto para o local de apuração, poderá anotar o horário em que começou a trabalhar na folha de ponto, quando chegar à redação. Se voltar para casa direto do local de apuração, também poderá anotar no dia seguinte o horário em que terminou sua tarefa.