Centrais e Dieese discutem negociações coletivas
Na última quinta-feira (02), um encontro, no Recife, entre representantes do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e das centrais sindicais discutiu as “Negociações coletivas em contexto de crise”. Realizada no audit
Publicado 06/04/2009 19:14 | Editado 04/03/2020 16:58
Foram mais de quatro horas de conversa em que a representante do Dieese, Ana Georgina, palestrou sobre os efeitos da crise no Brasil e como as centrais sindicais, representantes das diversas categorias trabalhistas, podem contribuir na reivindicação dos direitos dos trabalhadores. Principalmente, o de reajuste salarial.
Segundo Georgina, o momento é de crise, mas, devido a desenvoltura política do presidente Lula, o país não está tão mal quanto se imagina ou muitos esperam. Para ela, as viagens do petista, ainda no primeiro mandato, foram extremamente importantes para a consolidação do Brasil perante o Mercado Internacional.
“Isso abriu um leque de possibilidades e de comércio com outros paises. Antes, nós tínhamos mais de 50% de nossas relações comerciais somente com os Estados Unidos”, destacou.
A representante do Dieese ressaltou também o trabalho de Lula para garantir a continuidade do ciclo de desenvolvimento no Brasil. “O PAC é um dos projetos que vêm segurando a onda da crise por aqui. Com esse programa novos postos de trabalho estão sendo criados, a infra-estrutura urbana está melhorando e, com isso, os investimentos empresariais estão aumentando”, disse.
O trabalho das centrais
Ana Georgina explicou que, mesmo com todo este esforço do Governo Federal, algumas empresas “não estão fazendo o dever de casa”. Segundo ela, mais cedo ou mais tarde, os empresários iriam promover reformulações no Mercado de Trabalho. Porém, estão usando a crise como desculpa para gerar demissões. “O desemprego já é visível no Brasil”, comentou.
É aí que, segundo Georgina, entram as centrais sindicais. Ela lembrou o ato do dia 30 de março (Dia Nacional de Luta em Defesa do Emprego e Direitos Sociais), em que milhares de trabalhadores no país inteiro, nas principais capitais, saíram em marcha na defesa de seus empregos. “Unidas, as centrais sindicais chamam a atenção dos poderes públicos para a causa e fazem pressão sobre os empresários”, argumentou.
A representante do Dieese apoiou a principal bandeira de luta das centrais sindicais hoje: a redução da jornada de trabalho sem a diminuição dos salários. “É uma boa maneira de criar postos de trabalho e dar oportunidade a quem está fora”, declarou.
Para Ana Georgina, essa visão e busca pelo entendimento do Mercado de Trabalho, hoje, é importantíssimo para as centrais sindicais para que elas tenham argumentos na hora de lutar por melhores salários. “Anualmente, as categorias realizam suas campanhas salariais e conhecendo bem a crise econômica e seus reais efeitos no Brasil, o que é ou não verdade, elas poderão chegar a acordos mais justos para ambas as partes”, finalizou.
Do Recife,
Daniel Vilarouca