Estado e o Ministério da Saúde garantem 57 leitos de UTI neonatal até 2010
O Ceará receberá novos 57 leitos de UTI neonatal até 2010 e outras 209 acomodações de Unidades de Cuidados Intermediários. Estado e o Ministério da Saúde formaram acordo para reduzir a mortalidade infantil
Publicado 10/04/2009 13:38 | Editado 04/03/2020 16:35
Fortaleza e outros 17 municípios do Ceará terão que reduzir a mortalidade infantil de forma prioritária. A recomendação é do Ministério da Saúde (MS), que anunciou aporte de R$ 20 milhões para ser utilizado este ano no Ceará e em outros estados do Nordeste e parte da Região Norte. Entre as medidas no Estado está a implantação de novos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), que passarão de 118 para 175 leitos neonatais, acréscimo de 57; e de Unidades de Cuidados Intermediários (UCIs), que saltarão dos atuais 174 para 383 leitos, incremento de 209 novos lugares até 2010.
De acordo com o secretário executivo da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), Arruda Bastos, a ideia é implantar estes leitos no Interior, especialmente na região Norte, onde será implantado um hospital pólo. Atualmente existem 15 óbitos para mil nascidos vivos, enquanto que a média do Nordeste é de 25, segundo dados da secretaria. De acordo com Arruda Bastos, secretário executivo da Sesa, o principal desafio do Estado é avançar na redução dos óbitos neonatais. Esta é a maior causa de mortes de crianças com menos de um ano, e acontece devido à falta de um acompanhamento durante o pré-natal, que identificaria gravidezes de risco, por exemplo. “Conseguimos reduzir em muito as mortes provocadas por diarréias e outros males”, destaca Arruda.
Atendimentos
Segundo o Ministério da Saúde, entre os anos de 2000 e 2007 morreram 24.121 crianças menores de um ano no Ceará. Do total, a maior quantidade foi em Fortaleza (6.484 óbitos), seguidos de Juazeiro do Norte (678) e Caucaia (604). De acordo com Arruda Bastos, secretário executivo da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), os números refletem onde as mães e seus filhos são assistidos, mas não quais os locais mais críticos. “Muitas vezes a estatística distorce alguns fatos pois, como a carência de atendimento no Interior é maior, os pacientes são levados a hospitais com estrutura para atender os casos, como o de uma patologia congênita”, diz Bastos.
Além da implementação de mais leitos, o plano do MS elaborado para reduzir a mortalidade infantil na região Nordeste prevê a qualificação de profissionais para a atenção ao pré-natal, durante o parto e aos recém-nascidos. A proposta é aumentar em 35 o número de equipes do Programa de Saúde da Família (PSF), que ficará com 668 grupos. Outros 60 Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) serão implementados, passando dos atuais 23 para 83. A meta do MS é treinar estes profissionais até 2010.
Paralelo aos programas de atendimento domiciliar, como PSF e Nasf, Arruda Bastos destaca que a secretaria pretende contratar neonatologistas para trabalharem nas regiões do Estado. Eles atuariam como consultores de projetos para combater a mortalidade infantil na região. A ideia de contratar especialistas para casos específicos, explica Bastos, vem de planos de combate a uma doença bastante conhecida da Sesa, a dengue. “A mortalidade é dependente de um pré-natal bem feito. A meta é ampliar não somente a quantidade mas a qualidade das ações no Interior. Sabemos que nos primeiros três meses de gestação a procura a especialistas é mais reduzida. E queremos incentivar desde o início”, diz.
SAIBA MAIS
> Equipes de Saúde da Família – Aumento de 603 para 655 equipes
> Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) passaram de 23 para 83 núcleos
>A oferta de leitos de UTI (ver se neonatal) passará de 118 para 175
> Já os leitos de Unidade de Cuidados Intermediários serão 383, frente aos atuais 174 para 383 leitos
CIDADES
> Fortaleza, Juazeiro do Norte, Caucaia, Sobral, Maracanaú, Itapipoca, Crato, Tianguá, Crateús, Icó, Iguatu, Camocim, Quixadá, Granja, São Benedito, Viçosa do Ceará, Canindé e Barbalha.