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CPN: Renato critica manutenção da política macroeconômica

A Comissão Política do PCdoB reuniu-se nesta segunda-feira (13), em São Paulo, para avaliar os impactos da crise econômica em nosso país e perscrutar os próximos passos da legenda e das forças progressistas e avançadas. Durante a reunião, o presidente do

Enquanto isso, outros países afetados pela crise estão até promovendo déficits fiscais para fortalecer os investimentos. Ele lembrou que as taxas de juros brasileiras estão entre as mais altas do mundo há vários anos. Medidas governamentais, entretanto, procuram setorialmente enfrentar os efeitos danosos da crise mundial.


 


O problema, segundo ele, é que a questão essencial não vem sendo atacada diretamente: a política macroeconômica. Até o presidente do banco do Brasil foi demitido por não acatar as determinações do governo em relação à política de juros e spreads bancários. O problema é que os bancos seguem a política monetária ditada pelo Banco Central, que continua basicamente a mesma.


 


Nesta semana o governo está tomando iniciativas para minimizar os efeitos negativos da queda de arrecadação, por exemplo, no Fundo de Participação dos Municípios. O Congresso Nacional também enfrenta esta questão propondo medidas efetivas para garantir que não haja perda tributária para os municípios. O fato é que os reflexos da crise já causam estragos na imagem do governo e de Lula, que teve seus índices positivos reduzidos em 10% nas últimas rodadas de pesquisas de opinião pública. E se a crise se agrava, a política brasileira será profundamente atingida. Nas hostes da oposição, a crise promove um movimento de unificação das forças conservadoras como o DEM e o PSDB. José Serra, governador de São Paulo procura fazer alianças com o grupo de Aécio Neves, em Minas Gerais. Fernando Henrique Cardoso se empenha pessoalmente nesta tarefa.


 


Por seu turno, o presidente Lula trabalha diuturnamente pela consolidação da candidatura de Dilma Rousseff (PT) e Ciro Gomes (PSB) viaja pelo país promovendo ampla discussão de projetos de governo. O próprio PMDB já discute internamente o lançamento de um candidato. Renato Rabelo defendeu a tese de que o PCdoB não deve fechar questão desde já sobre essas candidaturas, mas deve continuar mantendo boas relações com a ministra Dilma e o próprio Ciro Gomes. O partido também deverá propugnar ampla discussão para a formulação de uma plataforma eleitoral que avance no pacto político que permitiu a reeleição de Lula.


 



G-20


 


Sobre o resultado da reunião do G-20, em Londres, a Comissão Política identificou três grandes tendências que se apresentaram: a primeira capitaneada pela República Popular da China, que propôs a reformulação do sistema monetário internacional e a substituição do dólar como moeda de reserva internacional, mas que acabou recuando em função da correlação de forças desfavorável no momento. Conforme foi salientado na CPN, é preciso dizer que o Brasil não se fechou a esta posição.


 


A segunda orientação, hegemonizada pela França e Alemanha, se colocou contra o salvamento de bancos e empresas falidas com a impressão de dólares, o que poderia gerar um processo inflacionário. E a terceira corrente, dirigida pelos EUA e a Inglaterra, defendeu as políticas em curso de aplicação de grandes somas nos mercados financeiros e industriais para debelar a crise.


 



“Desvendar o Brasil”


 


Durante a reunião da Comissão Política, o presidente do partido procurou fazer ainda uma avaliação do seminário “Desvendar o Brasil – suas singularidades, contradições e potencialidades”, realizado de 3 a 5 de abril por iniciativa da Fundação Maurício Grabois e do PCdoB.


 


Segundo Rabelo, várias contribuições importantes para a análise concreta da situação concreta brasileira foram feitas durante o evento, primeira iniciativa para o debate preparatório do 12º Congresso do PCdoB.


 



De São Paulo,
Pedro de Oliveira


 


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