Evo Morales fica na Bolívia e não vai a reunião da Alba
O presidente boliviano, Evo Morales, suspendeu a viagem que realizaria esta semana à Venezuela, onde participaria da reunião da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), e a Trinidad e Tobago, país que sediará a Cúpula das Américas, entre os pró
Publicado 13/04/2009 13:13
Em conversa por telefone com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, Morales confirmou que não participará do encontro da Alba.
“Primeiro a Bolívia. Eu tinha um encontro com você e com muitos presidentes da Alba no dia 16. Depois, a Cúpula das Américas, mas decidi não viajar”, disse Morales.
O presidente boliviano, que enfrenta uma crise com a oposição de seu país, completou no último domingo o quarto dia de greve de fome, medida de protesto que iniciou na última quinta-feira para exigir que o Congresso aprove a nova lei eleitoral, que permitirá as eleições gerais de dezembro.
Morales também explicou a Chávez a situação política interna. “Primeiro vamos travar esta batalha” pelo novo Código Eleitoral, afirmou.
A ratificação da norma regulamentará as eleições para presidente, vice-presidente, senadores e deputados em dezembro e governadores e prefeitos em abril de 2010.
Na semana passada, Morales havia anunciado que na reunião em Caracas, junto aos mandatários da Nicarágua, Equador, Paraguai e Venezuela, iria pedir uma posição conjunta pela suspensão do bloqueio contra Cuba, que seria apresentada, depois, em Trinidad e Tobago, onde estará presente o presidente americano, Barack Obama.
Por sua parte, a oposição boliviana, que havia deixado o Congresso sem o quorum necessário na última quinta-feira, decidiu retomar as sessões após Morales concordar com uma de suas principais exigências, a de realizar um novo censo de eleitores.
A comissão parlamentar retomou seu trabalho na tarde de domingo.
Por sua parte, o vice-presidente do país, Álvaro García Linera, na condição de presidente do Congresso ampliou até às 23h locais de domingo (24h em Brasília) o quarto intermédio, iniciado na última quinta-feira, após os parlamentares não alcançarem um consenso.
Espera-se agora a conclusão dos trabalhos da comissão para que sejam negociadas as principais divergências no projeto de lei. Governo e oposição ainda devem chegar a um consenso sobre outros dois temas: a votação dos bolivianos residentes no exterior e o número de cadeiras destinadas a indígenas na Assembleia Legislativa Plurinacional, que substituirá o Congresso.
No último sábado, o presidente aceitou uma das principais demandas da oposição, de realizar um novo censo eleitoral.
Na noite de ontem, García Linera explicou também que a comissão ainda deve receber um informe do presidente da Corte Nacional Eleitoral, José Luís Exeni, sobre a factibilidade de se elaborar um novo censo a tempo das eleições de dezembro.
Morales declarou também que o Estado financiará o custo do novo censo e administrará a participação de observadores estrangeiros em sua elaboração, caso a Corte garanta que o pleito realmente será em 6 de dezembro.
O presidente da Corte, por sua parte, disse à imprensa que estuda “desde a última sexta-feira as diferentes opções para garantir confiabilidade dos dados”, como pede a oposição.
O ex-presidente Jorge Quiroga, líder da principal força de oposição (partido Podemos) insistiu que irá “demonstrar com a presença de observadores eleitorais, que é possível fazer um novo censo confiável, biométrico para todos os bolivianos em território nacional” dentro do prazo fixado.