Repressão mata dois manifestantes na Tailândia
Mais de 90 feridos e dois mortos é o resultado dos novos choques ocorridos entre manifestantes e o exército da Tailândia, domingo (12) à noite. Em meio ao Estado de Emergência decretado pelo governo, exército e polícia avançam contra milhares de manife
Publicado 13/04/2009 17:13
Enfrentamentos violentos ocorreram no mercado de Nang Lerng, nmo centro de Bangkok, onde houve um intenso tiroteio que resultou em duas vítimas fatais: uma adolescente de 19 anos e um homem de 54 anos, de acordo com fontes de hospitais da cidade.
Cerca de 400 soldados fortemente armados marcharam contra os manifestantes, vestidos com camisetas vermelhas, da Frente Unida pela Democracia contra a Ditadura, que se mantem nas ruas apesar do estado de emergência.
O governo adverte os moradores de Bangkok que permaneçam em suas casas, diante da possibilidade de uma repressão mais sangrenta.
Os camisas vermelhas, encurralados ainda nos alredores das instalações do governo, decidiram ceder e reagrupar-se em outros pontos do centro de Bangkok, diante do avanço dos soldados.
A Frente Unida e seus simpatizantes permanecem no lugar desde o dia 26 de março, exigindo a renúncia do primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva e de seu gabinete.
As demonstrações dos camisas vermelhas, simpatizantes do ex-presidente Taksin Shinawatra, derrubago em 2006 pelos militares, se propagaram por várias províncias do país e, no fim de semana, alcançaram a sede da Cúpula da Asean, na localidade de Pataya, forçando as autoridades a cancelar o evento.
Abhisit chegou ao poder em dezembro passado, por votação do parlamento, após o bloco conservador Aliança pela Democracia, conhecido por suas camisas amarelas, colocar em xeque dois gabinetes até derrubá-los, gabinetes que haviam sido eleitos nas primeiras eleições no país dois anos após um governo militar.
As tropas controlam os principais cruzamentos de Bangkok, e os comandantes militares declararam que não usariam a força, porém se reservavam ao “direito” de usar as armas para sua “autodefesa”.
Os manifestantes portavam paus, pedras e coquetéis molotov e foram às ruas incentivados também pela declaração do ex-primeiro-ministro tailandês Thaksin Shinawatra, que na noite anterior, falando de seu exílio, convocou seus defensores a fazerem “uma revolução”.
Em um confronto ocorrido na parte nova de Bangkok, os “camisas vermelhas”, chamados assim pela cor de suas roupas, jogaram coquetéis molotov contra os militares quando estes efetuaram disparos e lançaram gás lacrimogêneo contra a multidão.
Dez mil partidários manifestantes continuavam se abrigando em trincheiras de pneus e cercas metálicas em várias ruas próximas à sede do Governo tailandês, e atacavam com bombas o quartel general do Exército do país.