Trabalhadores franceses tomam patrões para salvar empregos
É difícil, mas não impossível, demitir trabalhadores na França, já que eles têm direitos legais em relação aos seus empregos. Mas com a crise do capitalismo apertando cada vez mais a economia francesa, mais e mais chefes recorrem às demissões.
Publicado 13/04/2009 18:20
A palavra sequestration (sequestro) está agora em moda. Ela traduz a pressão sobre os chefes para que negociem, quando insistirem em demitir trabalhadores para salvar capital. Ao invés de cercar uma fábrica, os trabalhadores preferem agora cercar seus chefes e insistir que negociem com eles. Isso foi uma tática repetida quatro vezes no mês de março no país.
Especialistas em trabalho na França dizem que essa tática parece estar em alta. O que faz o empresariado francês tremer é que uma grande maioria, na França, apóia a tática, de acordo com o New York Times de 3 de abril.
No caso da fábrica da empresa americana Caterpillar, perto da cidade de Grenoble, onde 733 empregos estavam sacudindo na ponta da prancha, uma ''sequestration'' fez com que a empresa recuasse e que até Nicolas Sarkozy, presidente do país, interviesse afirmando que vai tomar medidas para ''salvar'' a fábrica.
Vários policiais declararam publicamente que não vão interferir contra a ''sequestration'', enquanto não houver violência ou destruição de propriedade.
Os sindicatos foram rápidos em apontar que 90% do dinheiro destinado a amortecer a crise do capitalismo foi destinado às empresas, e não a seus empregados.
Henri Guaino, assessor especial de Sarkozy, disse a um jornal conservador francês — o L'Express do dia 3 de abril — que ''cada político, cada líder, devem considerar este problema… porque tudo pode ocorrer, o risco político é muito alto, o risco de violência, de revolta, é muito alto e a situação pode se degenerar.