Funcionalismo da capital decide pela continuidade da greve
O funcionalismo público de Florianópolis decidiu, em Assembléia Geral realizada nesta tarde do dia 15 de abril, continuar a greve. Durante o dia foram distribuídos panfletos à população, explicando as razões do movimento
Publicado 15/04/2009 19:25 | Editado 04/03/2020 17:14
O Vermelho reproduz, abaixo, a íntegra da carta à população de Florianópolis:
Nós, trabalhadores da Prefeitura de Florianópolis decidimos entrar em greve por tempo indeterminado. Portanto nos próximos dias estarão fechados centros de saúde, escolas e demais serviços. Não paramos por nossa vontade. Quem nos obriga a isso é o prefeito Dário Berger.
Como fazemos todos os anos, apresentamos nossa pauta de reivindicações à prefeitura. Tivemos várias rodadas de negociação, mas o prefeito e seus secretários demonstraram que não estão dispostos a atender nossas reivindicações. Como sempre, provocam a greve e depois vão para a imprensa culpar os servidores pelos transtornos no serviço público.
A verdade é que não queremos fazer greve, um momento difícil para nós e para a população que tanto necessita dos serviços.
Queremos trabalhar, sendo valorizados e respeitados!
Lutamos por:
Revogação do fundo de previdência
Em janeiro deste ano, o prefeito Dário Berger fez a convocação extraordinária da Câmara de Vereadores para aprovar vários projetos de interesse dos grandes empresários. E a maioria dos vereadores se vergou e atropelou as regras da Câmara para atender a estes interesses. Aprovou também o fundo de previdência, que significa a privatização da nossa aposentadoria, pois a prefeitura não será mais a responsável pelo pagamento das mesmas. O dinheiro da nossa aposentadoria será aplicado no mercado financeiro e nós, servidores, ficaremos na insegurança depois de uma vida inteira dedicada a servir a população.
Queremos a previdência pública e solidária!
Concurso público
Dário Berger se reelegeu fazendo propaganda da criação de policlínicas e melhorias nos centros de saúde. Ele só esqueceu que é preciso gente para prestar o serviço. Está nos jornais: num centro de saúde do norte da Ilha, dezenas de pessoas não conseguiram agendar consultas no final de março, e o próximo agendamento será só em 27 de abril. A razão? Não há médicos suficientes. A situação se repete em todos os bairros.
Nas escolas faltam professores, bibliotecários, e muito mais. Por isso, exigimos abertura de concurso público em todas as áreas.
Implantação do PCCS
O PCCS – Plano de Carreira, Cargos e Salários – é muito importante para o trabalhador, pois através dele se tem a possibilidade de progressão funcional. Os servidores do quadro civil da prefeitura não têm até hoje um plano que valorize a sua carreira. Queremos que ele seja implantado, de acordo com a proposta dos trabalhadores.
Reajuste salarial
Exigimos o pagamento da dívida que a prefeitura tem com os trabalhadores. Em janeiro deste ano Dário passou seu salário, segundo o Diário Oficial, de R$ 7.000,00 para R$ 14.634,07 e de seus secretários de R$ 4.900,00 para R$ 8.780,45 ou seja um aumento de quase 100%. Enquanto tem trabalhador da prefeitura que ganha R$ 455,00 (salário mínimo), Dário e sua senhora levam para casa quase 25 mil por mês.
de Florianópolis, Wladimir Crippa