Lula: eleger Dilma é 'tarefa gigantesca'; 2014, 'bobagem'
''Todo mundo sabe que eu tenho a intenção de fazer com que a companheira Dilma seja a candidata do PT e dos partidos'', mas ''fazer o sucessor é uma tarefa gigantesca'', advertiu nesta quarta-feira (15) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a candi
Publicado 15/04/2009 20:23
Perguntado diretamente pelo entrevistador, se ''seria candidato novamente daqui a quatro anos'', em 2014, Lula descartou como ''bobagem'' a possibilidade.''Rei morto, rei posto. Eu tenho é de me contentar e agradecer a Deus porque eu já fui presidente oito anos, eleito duas vezes com mais de 60% dos votos'', declarou.
''Eu só tenho é que torcer que quem quem seja eleito faça muito mais do que eu, com mais competência, que faça melhor e que o povo não tenha saudade de mim'', acentuou.
''Foi uma brincadeira do Obama''
O programa da Rádio Globo AM é transmitido por 34 emissoras, para um público de extração popular, o que se refletiu na atitude simpática do entrevistador. A primeira pegunta de Antonio Carlos foi: ''Como é que o senhor sentiu essa repercussão do presidente dos Estados Unidos chegar assim, 'Este é o cara'?''
Lula respondeu que ''quando o Obama disse 'Ele é o cara', eu entendi aquilo como uma brincadeira do Obama''. Mas destacou que ''o Brasil é hoje um país altamente respeitado no mundo'' e ''teve uma participação muito grande no G20''.
''Hoje nós podemos sentar com qualquer um. Se ele fala grosso, nós falamos grosso, como dois cidadãos civilizados, sem que um tenha pequenez diante do outro. Isso eu aprendi no sindicato'', disse Lula. E contou que, na primeira negociação sindical em que ele participou na vida, os empresários sentavam em cadeiras mais altas, para deixar os sindicalistas em inferioridade. ''Ninguém respeita quem não se respeita'', foi a sua conclusão.
''O Brasil é o país mais sólido no mundo hoje''
Embora benevolente, o entrevistador quis saber sobre a queda da popularidade do governo nas pesquisas. ''A gente não pode ficar imaginando que a pesquisa que não muda nunca. A própria pressão do seu coração oscila de acordo com os movimentos que você faz'', disse Lula.
Ele atribuiu a queda à crise, embora repetindo que ela é responsabilidade de gente ''de olhos azuis''. ''De repente, por que que a crise deles afeta países como o Brasil? Diminuem as exportações brasileiras, o crédito desapareceu e as coisas começaram a ficar difíceis'', admitiu o presidente. Mas agregou: ''Posso te dizer, olhando nos teus olhos, Altonio Carlos, que o Brasil é o país que está mais sólido no mundo hoje''.
Segundo Lula, entre os fatores que ajudam, estão o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto de moradias que prevê construir um milhão de casas, a redução temporária do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros novos, o estímulo à construção civil, entre outros. ''Estamos cuidando da construção civil para que a economia, quando terminar a crise, volte muito mais forte do que ela estava em julho de 2008.''
Piscinas e Olimpíada de Matemática
Lula frisou as marcas sociais do seu governo. Disse que faz ''um trabalho dizendo a cada pobre deste país que ele vai virar cada vez mais cidadão''. Exemplificou com uma piscina que irá inaugurar no complexo de favelas do Alemão, para ''uma criançada'' que ''só vê piscina na televisão''.
O presidente citou ainda a entrega medalhas a estudantes premiados na 4ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. Destacou os gênios em matemática que estão sendo descobertos entre os meninos pobres e o aumento do número de inscritos na Olimpíada durante o seu governo, de 200 mil para 18 milhões.
Da redação, com Rádio Globo AM