Messias Pontes – Bloqueio a Cuba: o começo do fim

A decisão do presidente norte-americano, Barak Obama, de anunciar nesta segunda-feira o fim da proibição dos exilados viajarem mais de uma vez a cada três anos a Cuba e de remeter à Ilha mais de US$ 300 por trimestre, foi um passo importante no rumo da no

Porém bem menos que durante os governos mais reacionários republicanos. Se a medida ainda é muito tímida, a pressão internacional e até mesmo interna levará inexoravelmente, ainda no atual governo, ao fim do bloqueio. O empresariado ianque é o mais interessado na normalização entre os dois países, e o grosso da opinião pública interna já defende essa normalização. Afinal, a guerra fria já não mais existe há quase duas décadas.


 


No próximo final de semana será realizada a Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, e todos os 33 países das Américas irão exigir do presidente Obama não só um tratamento diferenciado para o Continente, mas principalmente o fim do criminoso bloqueio econômico e comercial a Cuba. Nesse evento, os Estados Unidos não terão mais sequer um país aliado a favor do bloqueio. Serão todos contra um.


 


Um passo importante já foi dado em dezembro último quando os países latino-americanos do Grupo do Rio, por unanimidade, votaram pelo ingresso de Cuba e, paralelo a isso, um documento foi elaborado e assinado por todos exigindo o fim do bloqueio. Obama, nesse início de governo e no primeiro encontro do Continente que participa, irá para o confronto ou vai acenar com a unidade continental? A segunda hipótese parece ser a mais viável.


 


Seja qual for a posição assumida pelo governo Barak Obama, o certo é que o povo cubano, que já enfrentou esses 47 anos com heroísmo, não se quedará e em hipótese alguma abrirá mão da sua independência. Para o governo e o povo cubano, o absoluto respeito à independência e à autodeterminação dos povos é uma questão sagrada, inegociável.


 


Os jornalistas amestrados e os colonistas já falam em condições impostas pelos Estados Unidos, ou seja, que o governo cubano “respeite os direitos humanos e realize eleições democráticas”. Quanta desinformação, quanta má fé, quanta hipocrisia. Por acaso há respeito aos direitos humanos dentro e fora dos Estados Unidos? Quem mantém prisões secretas em todos os continentes torturando e matando suspeitos de terrorismo? Quem mantém 700 bases militares nos cinco continentes para impor pela força os seus interesses?


 


Sabem esses amestrados e colonizados que nos Estados Unidos 55 milhões de pessoas não têm assistência médica alguma? Que milhões dormem nas ruas e a maioria desses só faz uma refeição por dia? Que lá não há eleição direta, pois quem elege é o colégio eleitoral, e mesmo assim há fraudes grosseiras como a que “elegeu” George W. Bush em 2000, garfando a eleição de Al Gore? Sabem esses “comunicadores” que toda decisão tomada em Cuba é através de eleição? Que Fidel Castro nunca teve e Raul Castro não tem poder de veto? E nem de nomear e exonerar ministro?


 


Sabem esses amestrados que no terceiro ano da vitoriosa Revolução Cubana o analfabetismo foi erradicado daquele país? E que com a ajuda de técnicos e professores cubanos a Venezuela de Hugo Chávez e a Bolívia de Hugo Morales também erradicaram o analfabetismo, segundo informações da insuspeita UNESCO? Sabem esses reacionários que milhões de pessoas em todo o mundo não têm onde morar e dormem com fome e nenhuma é cubana?


 


Nada justifica o bloqueio!


 


Messias Pontes é jornalista e colaborador do Vermelho/ CE