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Ministro diz que juros baixam. Lei Orçamentária prevê aumento

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse aos deputados que o Brasil está preparado para reduzir a taxa básica de juros. A declaração foi feita na audiência pública, realizada nesta quarta-feira (15) na Câmara, para debater a crise econômica. No fina

A informação preocupou o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara, deputado Edmilson Valentim (PCdoB-RJ). Para ele, os dados demonstram que ainda há uma luta no âmbito do governo sobre o melhor caminho para enfrentar a crise e mais do que isso enfrentar aqueles que são responsáveis pela crise que é o sistema financeiro.



“Enfrentar o sistema financeiro é a grande novidade do enfrentamento da crise e o governo não nos dá sinais de forte consequência nessa luta para ter resultados efetivos no desenvolvimento e na geração de emprego”, avalia Valentim.



O ministro, que falou antes das intervenções dos parlamentares, fez relato geral da ações que o governo vem desenvolvendo à luz da realidade econômica mundial. Fez uma comparação da situação do Brasil em relações aos países emergentes e os desenvolvidos na adoção de medidas para geração de emprego, crédito, taxa de juro, e garantiu que o pior da crise já passou.


 


O ministro apresentou  uma série de ações, consideradas pelos parlamentares como positivas e corretas, de combate à crise, como ampliação do crédito, facilitação de prazo, redução de IPI do setor automobilístico e da construção civil e o programa habitacional.


 


No entando, o parlamentar comunista se queixa de que, ao mesmo tempo, ao refazer a previsão de receita para menor este ano em 48 bilhões de reais, reduziu muito pouco o superávit primário – de 69 para 66 bilhões de reais -, sacrificando os programas sociais  e tangenciando essa questão.  


 


Fato surpreendente



Edmilson Valentim disse que se surpreendeu com os dados da LDO. “A minha surpresa é que a planilha prevê a média da taxa de juros para o próximo ano de 10,21%”, disse, fazendo as contas: para este ano, a média é de 10,80; como atualmente está em 11,25%, isso significa que para formar a média deste ano, temos que chegar a menos de 10% este ano. Se a previsão para o ano que vem é 10,21%, isso significa que vai baixar e depois vai subir? indaga. 



Valentim se queixou de que a audiência pública, que reuniu um público de cerca de 50 deputados, impediu o aprofundamento das questões levantadas pelos parlamentares. Ele e o ex-ministro da Fazenda, deputado Antônio Palocci (PT-SP), ficaram sem respostas para questões que consideram importantes, como as dificuldades ainda existentes, apesar das medidas do governo, para que as micro e pequenas empresas consigam crédito nos bancos.



“Essa é um questão fundamental para girar economia, para desenvolver o país e gerar emprego”, alerta o parlamentar comunista, enfatizando que apesar dos recursos disponíveis para crédito, tanto no setor privado, porque o governo aliviou o compulsório, como no setor público, via BNDES, BB e CEF, as pequenas e médias empresas estão com dificuldade de ter acesso ao crédito”, afirmou.



Para os parlamentares que defendem a redução da taxa de juros e do spread bancário, o governo não consegue enfrentar com consequência esse problema. Palloci e Valentim perguntaram o que o governo pensa fazer para forçar o sistema bancário a tomar medidas mais compromissadas com o setor produtivo. As perguntas ficaram no ar porque não houve tempo hábil para respostas aprofundadas, queixou Valentim. 



De Brasília
Márcia Xavier