Segundo tempo

O deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB) critica, neste artigo, o corte de 85,8% no orçamento do Ministério do Esporte. Para o parlamentar, a decisão é uma “péssima notícia e falta de sensibilidade política”, pois inviabiliza programas de inclusão de

Segundo tempo



A crise econômica global teve impacto negativo no esporte brasileiro. Os cortes de 85,8% anunciados pelo governo no Orçamento do Ministério do Esporte em 2009 são péssima notícia e falta de sensibilidade política. Ficam inviabilizados programas fundamentais de inserção de crianças, adolescentes e jovens ao esporte. O Programa Segundo Tempo é o principal deles.



Esse projeto atendeu, no primeiro trimestre, 973.102 mil crianças. Com a redução das verbas, cerca de 420 mil crianças deixarão de ser atendidas. No primeiro trimestre de 2009, o Segundo Tempo empregava 18.814 profissionais. Em 2010, serão mantidos 9.194 profissionais, ou seja, 9.626 demissões.



Não serão apenas as crianças os atingidos. Elas ficarão sem atividades esportivas, atendimento psicológico, orientação pedagógica, sem falar no reforço alimentar. Mas outro ponto fundamental a se considerar são as demissões previstas. Centenas de profissionais formados em educação física e outras especialidades acadêmicas, que hoje são contratados como monitores das atividades, devem perder seus empregos.
É um erro a forma como o governo Lula optou por enfrentar a crise econômica, com o corte nos recursos dos ministérios. Essa medida não surtirá o efeito pretendido. A questão que deve ser atacada não é essa, mas sim a redução drástica dos juros e do superávit primário.



Estudos comprovam que a diminuição de 1% na taxa Selic provoca uma diminuição em R$ 5 bilhões nas despesas com a dívida pública. Fazendo esse dever de casa, com certeza o Programa Segundo Tempo poderia continuar levando esporte e alegria a milhares de lares brasileiros.



*Deputado Federal pelo PCdoB/RJ