Franzin: moradia popular é tarefa para o sindicalismo
Ao anunciar o programa Minha Casa, Minha Vida, o governo federal abriu oportunidade de participação ao movimento sindical, que respondeu com propostas de melhorias técnicas e garantias trabalhistas.
Por João Franzin*, na Agê
Publicado 17/04/2009 17:30
Fazendo esse gesto, Lula restabeleceu a linha da história, interrompida pela ditadura de 1964. Antes do golpe, o sindicalismo tinha presença em planos governamentais, inclusive com cotas de casas para trabalhadores sindicalizados.
Portanto, cabe ao movimento sindical, a partir de agora, colocar-se ativamente no plano, como, aliás, deve fazer em relação ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Já se registram algumas iniciativas. Por exemplo, o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de São Paulo editou cartilha explicativa sobre o programa. Em Guarulhos, o Sindicato dos Metalúrgicos cobra do prefeito Almeida que se abra aos sindicatos a possibilidade de participação ativa no programa.
Certamente, há muitas outras iniciativas, variando conforme as possibilidades e interesses locais. O que não se recomenda é a passividade.
O programa, pela sua dimensão, mobiliza altos interesses, com as empreiteiras disputando cada palmo do terreno. Mas construção de casas populares é assunto complicado demais para ser resolvido por empreiteiras e agentes financiadores.
O movimento sindical tem de ir pra dentro do Minha Casa, Minha Vida, para que o programa saia do papel e atenda aos interesses do povo, e não das construtoras.
* João Franzin é jornalista e assessor sindical