Rosemberg Cariry dá o pontapé no projeto “Conversas com Cineastas”
Encontros com cineastas criam oportunidade para novos realizadores e admiradores da sétima arte ouvir nomes experientes da área falando sobre direção
Publicado 17/04/2009 13:31 | Editado 04/03/2020 16:35
O objetivo do Núcleo de Produção Digital Vila das Artes é oferecer cursos de aperfeiçoamento na área do audiovisual, já tendo ofertado módulos sobre roteiro, direção de fotografia, montagem, trilha sonora e outros campos de atuação dentro da sétima arte. Agora, pela primeira vez, o NPD resolve abrir espaço para a direção cinematográfica, adotando um formato diferente dos cursos antes oferecidos.
A partir de hoje até maio, os novos realizadores e amantes do cinema terão a chance de participar de um diálogo com cineastas sobre a experiência de se dirigir um produto audiovisual. É o ciclo de diálogos “Conversas com Cineastas”, sempre às sextas, às 19h. “Como a direção é uma atividade de caráter mais autoral do que técnico, decidimos, ao invés de oferecer um curso, dividir o conteúdo em vários encontros com cineastas de perfis bem diferentes”, explica Michelline Helena, coordenadora do NPD.
“A idéia é debater sobre diferentes estilos sem preconceito em relação a nenhuma forma de audiovisual. O público vai ouvir os diretores falando sobre técnica e o conceito de suas obras”, adianta Michelline. O primeiro nome da lista, que se apresenta hoje, é o cineasta cearense Rosemberg Cariry. Próxima semana é a vez do pernambucano Camilo Cavalcante, com expressiva produção em curta-metragem. Em seguida, nomes como Halder Gomes (CE), Bertrand Lira (PB) e o realizador paulista de animações Victor Hugo Borges dão seguimento ao “Conversas com Cineastas”, que deve ter continuidade no segundo semestre.
Diálogo entre gerações
Um dos nomes mais respeitados do cinema nordestino, ícone do audiovisual cearense, Rosemberg Cariry abre as conversas, logo mais, abordando o tema de cada um dos seus trabalhos e explicando as soluções estéticas dos filmes: opções de câmera, enquadramento, utilização da música. “Acredito que essa é uma iniciativa de grande importância ao estabelecer um diálogo entre diferentes gerações, com visões e saberes distintos”, afirma o cineasta, que apresentará durante a conversa trechos de suas obras.
“É muito gratificante para mim transmitir um pouco da minha experiência, da minha trajetória de realizador de cinema”, afirma. “Realizei oito filmes, tenho uma vida dedicada ao cinema, história e cultura cearense. Tenho uma forma de fazer cinema peculiar, experimentei linguagens. Será interessante dialogar com essa nova geração”, aponta.
“Tenho acompanhado a nova produção cearense com atenção. Essas novas produções têm conquistado um espaço significativo”, conta. “Mas ao lado do conhecimento técnico, os novos realizadores têm que ter outras compreensões, antropológicas, históricas etc.”, acredita. E a conversa de hoje, aberta ao público, vai girar sobre essas questões, assuntos de cinema ou que perpassam a sétima arte.