Edson Santos: 'O Brasil não é uma democracia racial'

Em visita a Campinas para tratar dos preparativos da 2ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), o secretário especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, afirmou que o Brasil não é uma democracia racial como

Edson apontou estudos recentes que indicam que somente em uma ou duas gerações – desde que mantidos os avanços atuais – nosso país será uma democracia verdadeiramente igualitária. Para exemplificar a questão, o ministro foi duro. Disse que em muitos eventos dos quais participa, os únicos negros – além dele – são aqueles que servem aos convidados.



 
Sobre a retomada da polêmica sobre cotas raciais, o ministro destaca que elas não são exclusividade dos negros. As cotas raciais destinam-se também a outros grupos. Ele cita o Mato Grosso onde a cota também é praticada para os grupos indígenas. ''Cotas existem. O Prouni tem 45% de cotas e ninguém reclama porque as vagas são para universidades particulares. A questão é que a universidade pública ainda é um espaço destinado à elite. O que se tenta fazer é terrorismo para impedir que o país faça uma reparação para a maioria da população brasileira, que somos os negros'', polemiza. Ele acredita que levar a diversidade para a universidade pública trará ganhos à juventude brasileira.



 
Sobre a Conapir, o ministro destacou a importância dela servir como espaço de avaliação e reafirmação das políticas públicas de promoção da igualdade racial. Em sua opinião, essas políticas democratizam o Estado através do debate com a sociedade. Além disso, a conferência deve apresentar propostas de políticas que melhorem a qualidade de vida do povo brasileiro.



 
De Campinas, Agildo Nogueira Jr.