Salvador despreparada para as chuvas

“O dilúvio”, a que João Henrique se refere, são as chuvas que castigam a capital baiana todos os anos entre os meses de março e junho. Ou seja, deveriam ter sido levadas em conta pela prefeitura na hora de planejar as ações de contenções de encostas, limpeza de canais e da rede de esgoto. Mas, não foram. Choveu e a cidade se transformou em um caos nos últimos dias, com alagamentos e deslizamento de terra, inclusive nos bairros de classe média alta.

“O que está acontecendo agora é só o reflexo da falta de investimento na preparação da cidade para a chuva. Desde 2006, apresentei um projeto de criação na Câmara de Vereadores de uma comissão para acompanhar as ações da prefeitura na preparação da cidade para a chuva. Salvador precisa de ações preventivas durante todo o ano para evitar os problemas que estamos enfrentando agora“, afirmou a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição.

O estado de emergência foi reconhecido na tarde de hoje pelo governador em exercício Edmundo Pereira. Com o reconhecimento, a prefeitura passa a ter direito de receber recursos do governo federal para obras emergenciais de reparos aos estragos da chuva. “Nós queremos que as verbas dispensem a apresentação de projetos e passe por cima de toda burocracia do Governo Federal para que Salvador possa receber esses recursos para acelerar contenção de encostas, limpeza de canais, remoção de árvores. Enfim, tudo o que possa se fazer para conter esse dilúvio que está arrasando com Salvador”, disse o prefeito.

O decreto de emergência ainda precisa ser homologado pela Defesa Civil do Estado, que analisa a medida. Pereira pediu urgência no processo e a decisão será publicada no Diário Oficial desta quinta-feira, 23. Além disso, o governo colocou à disposição cestas-básicas, colchões, cobertores e lonas em caráter imediato. As doações serão repassadas ás cerca de 30 pessoas que estão desabrigadas em Salvador por conta de incidentes dos últimos dias, segundo a Prefeitura.

De Salvador,

Eliane Costa