Paraguai: promotora descarta investigar Lugo por 'estupro'
A Justiça do Paraguai descartou nesta terça-feira (28) abrir uma investigação para a denúncia de estupro contra o presidente do país, Fernando Lugo, feita pela senadora da oposição Lilian Samaniego.
Publicado 28/04/2009 17:49
A decisão foi anunciada pela promotora Nancy Salomón, que recebeu Viviana Rosalith Carrillo, de 26 anos, que tem um filho de quase dois anos com o mandatário.
A denúncia foi feita sob a alegação de que Lugo teria iniciado uma relação amorosa com Viviana quando ela tinha 16 anos, o que no país se configura como estupro, mas foi rejeitada pela promotora depois que a própria jovem contou.
''Vim dizer à promotora Nancy Salomón que Fernando [Lugo] nunca me forçou a ter relações sexuais com ele, e que nossa relação começou quando eu tinha 23 anos'', disse Viviana.
Após conversar com a jovem, Salomón descartou a hipótese de que Lugo seja acusado por estupro. ''Neste tipo de processos, o principal é a declaração da suposta vítima. Considerando a afirmação de Viviana, arquiva-se a causa'', indicou.
No dia 13 deste mês, o presidente do Paraguai reconheceu a paternidade de Guillermo Armindo, que fará dois anos em maio e nasceu da relação que ele manteve com Viviana Carrillo ainda na época em que era bispo católico no departamento (estado) de San Pedro.
Dez dias depois, a senadora Lilian Samaniego, presidente do Partido Colorado, que esteve à frente do regime ditatorial de Alfredo Stroessner, além de ter passado seis décadas no poder antes de Lugo eleger-se, no ano passado, alegou que o mandatário poderia ser processado por estupro caso fosse provado que ele e Viviana tivessem iniciado a relação quando a mulher era ainda menor de idade.
A mãe da criança disse hoje também que seu atual relacionamento com Lugo é bom, e que ele tem acompanhado o desenvolvimento do filho. ''O presidente vive acompanhando seu filho, que goza de boa saúde. Nos damos bem'', revelou.
Depois de Viviana, duas outras mulheres também disseram publicamente que tiveram um filho com o presidente paraguaio. São elas Benigna Leguizamón, que tem uma criança de seis anos, e Damiana Hortensia Morán, cujo filho está com 1 ano e 4 meses.
Morán, além disso, alegou que Lugo poderia ser pai de pelo menos mais três crianças, frutos de relacionamentos que manteve com outras três mulheres diferentes.
Na semana passada, o mandatário pediu publicamente perdão pela polêmica desencadeada pelas denúncias e prometeu responder a cada caso em que estiver envolvido.
Ele perdeu o posto de bispo ao ser eleito, em abril do ano passado, quando o papa Bento XVI arbitrariamente revogou sua condição.