Messias Pontes – Dilma cada vez mais guerreira

Como uma guerreira, falou com muita tranqüilidade da patologia e disse que está muito bem e que vai continuar a sua labuta como se nada tivesse acontecido. Depois disso já viajou para Manaus onde inaugurou obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) confiada à sua pasta. Por isso que ela, para desespero da oposição irracional de direita – PSDB, DEMO e PPS – é chamada de mãe do PAC.

Como pré-candidata a presidente da República pelo PT, ela bem que poderia tentar esconder, ou pelo menos empurrar com a barriga até onde pudesse, que estava com câncer. Aliás, que esteve, pois o linfoma foi descoberto logo e extraído antes que se desenvolvesse. Segundo os médicos que a acompanham, a ministra está muito bem de saúde e tem mais de 90% de probabilidade de cura total.

Mais que ninguém, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva está confiante na plena recuperação da sua ministra e candidata in pectore à sua sucessão, afirmando que “não quer vê-la faltando ao trabalho”. E com ela vai continuar viajando para inaugurar e anunciar novas obras do PAC por todo o País. Na base governista já há quem fale em plano B, porém o presidente Lula não quer nem ouvir falar nisso.

Os que estão de olho na vice de Dilma, notadamente os peemedebistas, vão jogar pesado para conseguir a indicação para o cargo. Isso pensando que poderão assumir a presidência da República com a piora ou mesmo morte dela em caso de vitória.

Foi pensando assim que setores ponderáveis do PT, notadamente os anticomunistas tendo à frente o deputado Arlindo Chinaglia, tudo fizeram para impedir que o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato do presidente Lula – e que salvou o seu mandato evitando o impeachment requerido pela oposição – fosse reeleito para a presidência da Câmara.

Chinaglia apostava todas as fichas na morte do vice-presidente José Alencar, já que este lutava contra um câncer há quase 20 anos e não resistiria, e assim passaria a ser o substituto natural do presidente Lula. Mas todos esses deram com os burros n’água, pois Alencar continua vivinho da silva, apesar de já ter feito várias cirurgias nesse período. Como diz o matuto cearense, Zé Alencar “não é morredor, nunca morreu nem tem inveja de quem morre”.

Acostumada a jogar baixo, a oposição irracional de direita – PSDB, DEMO e PPS -, com o incondicional apoio da grande mídia conservadora, venal e golpista, não tenham dúvida, vai querer tirar proveito e partir para uma campanha terrorista visando impedir a continuidade das políticas públicas de inclusão social, e, sobretudo da defesa da soberania nacional, levadas a cabo pelo atual Governo.

O tucano José Serra, governador de São Paulo e líder nas pesquisas, caso seja o presidenciável da direita, com certeza não fará durante a campanha eleitoral nenhuma alusão à saúde de Dilma Rousseff. Isto porque terá os seus capachos subservientes para fazer, como o comunista arrependido Roberto Freire e o deputado Raul Jungmann, ambos do PPS. No ninho tucano e principalmente no Demo não faltará quem faça o jogo sujo tão ao gosto de Serra.

Para detonar a candidatura presidencial de Roseana Sarney, em 2002, quando ela estava em ascensão nas pesquisas, em nenhum momento José Serra apareceu, pois tinha quem o fizesse por ele. Políticos inescrupulosos e a banda podre da Polícia Federal fizeram direitinho o que Serra ordenara.

Quando perceber que o brasileiro não quer o retorno da direita ao Governo Central, pois não aceita o retrocesso político, o Coisa Ruim, mesmo sabendo da sua elevadíssima rejeição por ter desmontado o Estado brasileiro nos seus oito anos de desgoverno, institucionalizado a corrupção, quebrado o País três vezes e causado o maior desemprego jamais visto, vai tentar entrar em campo para bagunçar o jogo e assim tentar salvar o seu time da derrota.

Mas todos vão quebrar a cara, pois a Dilma é cada vez mais guerreira. Pode até não ganhar a eleição – uma segunda candidatura da base aliada pode surgir, e Ciro Gomes( PSB-CE) aposta nisso para garantir o segundo turno -, mas certamente irá até o fim. Ela é uma mulher de luta.

Messias Pontes é jornalista e colaborador do Vermelho/CE