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Crise econômica dá o tom das comemorações do 1o de Maio

O Dia do Trabalhador e da Trabalhadora tem, este ano, no mundo inteiro, um significado especial em função da crise econômica que desmascarou a estratégia neoliberal. A avaliação é da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) que acredita que as manifesta

Antes de viajarem, nesta quinta-feira (30), para os seus estados de origem, onde participam das comemorações do Dia do Trabalhador, os parlamentares se manifestaram sobre a data. O deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que propôs a sessão solene que acontece na próxima segunda-feira (4), na Câmara dos Deputados, de homenagem ao Dia Mundial do trabalho, lembrou  a origem da data, fazendo um paralelo com a situação atual dos trabalhadores.



O Dia Mundial do Trabalho foi criado para relembrar os trabalhadores que foram mortos na greve geral que aconteceu em 1o de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época. O objetivo da greve era protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para oito horas diárias.



“Ainda hoje, após anos de luta das classes trabalhadoras, ocorrem denúncias contra o aviltamento do trabalho expresso na exploração de crianças ou no seu exercício em condições análogas à de escravo. Somando-se a isso, a crise econômica mundial está causando a demissão de inúmeros trabalhadores”, destacou o parlamentar.



No Distrito Federal, o Dia do Trabalhador e Trabalhadora será comemorado com grande manifestação na Praça do Cidadão, na Ceilândia, cidade do entorno. O presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Moyses Leme, diz que a comemoração serve para que se possa interagir com o povo, se fazer presente, para ser notados e reconhecidos como uma entidade de classe representativa.



Organização dos trabalhadores



O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) também se manifestou sobre a data. Ele, que é também jurista, apelou aos trabalhadores e as trabalhadoras para que participem de seus sindicatos e que compareçam à Justiça do Trabalho sempre que tiverem seus direitos negados. No Congresso Nacional, ele diz que trabalha para que “os direitos dos trabalhadores sejam reconhecidos, melhores salários sejam pagos, a política de recuperação do valor do salário mínimo continue e que ocorra a redução da jornada de trabalho, a fim de que os trabalhadores possam conviver mais com suas famílias e com isso tenhamos um país melhor.”



Alice Portugal também manifestou preocupação com a organização dos trabalhadores. Ela analisa que “em função das vitórias sociais, o sindicalismo ganhou contornos diferentes do que tinha antes, agora há debate, negociação, mas o espírito de classe não deve ser abandonado, apesar de usufruir de um momento de democracia,  a luta de classe persiste.”, lembrou, enfatizando a organização das mulheres, que são as mais prejudicadas na medida que ocupam postos de emprego com pior remuneração e são a maioria dos desempregados e subempregados de todo o mundo.



Origem da data



A data de 1o de Maio possui uma história marcada pela defesa dos direitos dos trabalhadores. Foi nesse dia, no ano de 1886, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos,  que milhares de manifestantes foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho. A partir daí, centenas de greves explodiram por todo o mundo industrializado, levando a Segunda Internacional Socialista, reunida no ano de 1989 em Paris, a escolher o dia como homenagem aos trabalhadores mortos pela repressão policial.



Aqui no Brasil, a data só foi oficializada em 1925 por decreto do presidente Arthur Bernardes, instituindo o primeiro de maio como feriado nacional. De lá para cá, a data foi comemorada de diversas formas. Em 1940, o presidente Getúlio Vargas utilizou o 1o de Maio para anunciar o novo salário mínimo. Em 1941, a data foi usada para marcar a criação da Justiça do Trabalho, que visava resolver os conflitos existentes entre os trabalhadores e seus patrões.



De Brasília
Márcia Xavier